sábado, 30 de setembro de 2006

Monumentos-Alcobaça-Batalha-Jerónimos


 Monumentos 
Os 3 Magníficos - Alcobaça - Batalha - Jerónimos - Património Mundial - UNESCO

O Mosteiro de Alcobaça

Os 3 Magníficos - O Mosteiro de Alcobaça, o Mosteiro da Batalha e o Mosteiro dos Jerónimos, são os três monumentos Magníficos portugueses, todos merecedores da classificação, dada pela Unesco, de Património Mundial. Construídos em épocas diferentes da nossa História, Alcobaça no século XII quando da reconquista do território por D. Afonso Henriques, a Batalha quando da confirmação da independência portuguesa no século XIV depois da batalha deAljubarrota e os Jerónimos nos começos do século XVI para comemorar as Descobertas, quando os portugueses deram novos mundos ao Mundo. Estilos diferentes de arquitectura, Românico de transição, Gótico e Manuelino ( Gótico flamejante ), todos mostrando a capacidade realizadora dos portugueses, quando bem motivados e dirigidos.

Designação : Mosteiro de Alcobaça / Real Abadia de Santa Maria de Alcobaça, túmulo de D. Pedro I e de D. Inês de Castro

Localização : Leiria, Alcobaça, Alcobaça

Património Mundial - UNESCO 1989.

Enquadramento : Urbano. Isolado, Implantado num extenso vale, a par do casario da vila, destaca-se pela monumentalidade e equilíbrio das suas edificações. As praças em frente da fachada O. e parte da N. ocupam o espaço do antigo Rossio da abadia. No lado O. um adro elevado, com tabuleiros ornados nos ângulos com pirâmides e flanqueados por 5 escadarias, dá acesso à entrada principal da igreja.

Descrição : Planta composta irregular, 1 estreito rectângulo, ala do colégio de Nossa Senhora da Conceição, justaposto aos quadriláteros das construções que envolvem os 3 grandes claustros. As fachadas N. e O. têm a mesma extensão, 221 m. Na última, o frontispício da igreja, de acentuada verticalidade, conjuga-se com as massas horizontais simétricas dos longos edifícios que a ladeiam, com 5 arcadas nas extremas, de 2 andares e cobertos com telhados de 4 águas. 

 Na fachada N. o alinhamento e o número de andares dos corpos que se estendem a O. da sala dos monges e do dormitório medieval, com muro em talude e contrafortado, é distinto da frontaria seiscentista, que se prolonga até à fachada E., com 3 andares. No lado S. destaca-se a fachada da biblioteca com 4 andares e um ático continuado, enquadradas por 2 corpos de 2 andares e a sacristia ligada ao deambulatório da igreja em frente da qual se abre a capela do Desterro. A IGREJA de planta longitudinal em cruz latina, orientada, com corpo de 3 naves, transepto saliente, onde se abrem 4 capelas, e cabeceira formada pela ábside, deambulatório e 9 capelas radiantes, disposição legível na massa exterior. 

 Fachada principal dividida em 3 panos por pilares arquitravados, com 3 andares ornados com estátuas; no 1º, mais avançado, o primitivo portal e nichos; no 2º a rosácea e janelões; sobre a cornija, frontão compósito entre torres sineiras. Os restantes frontispícios são coroados por platibanda merloada e telhados de 2 águas e têm diferentes modinaturas; ao contrário do N. liso, o S. tem 10 contrafortes na nave e 3 no topo do transepto e a capela-mor 8 arcobotantes. As naves, transepto e capela-mor são abobadadas com ogivas à mesma altura; as capelas radiantes com berços quebrados; iluminação: 1 janela de arco quebrado nos tramos das colaterais; nos muros da cabeceira e ilhargas do transepto ordens de lumes sobrepostos, janelas sobre frestas, substituídas por rosáceas nas paredes dos topos do transepto. 


 Ao braço S. do transepto liga-se a SALA DOS TÚMULOS, construção neogótica do Séc. 18 com 3 naves de tramos cobertos com ogivas que alberga 4 nichos com túmulos. Adossado à cabeceira um átrio com abóbada manuelina polinervada e 2 portais, o da CAPELA DO SENHOR DOS PASSOS, réplica setecentista do da SACRISTIA NOVA, atribuído a João de Castilho. De planta rectangular, esta sacristia tem tecto de estuque, recente, é iluminada por 3 janelas de verga rectilínias e dá acesso à CAPELA DO RELICÁRIO, de planta circular, coberta por cúpula iluminada por lanternim e revestida por talha. 

 CLAUSTRO DE D. DINIS - planta quadrangular, ligeiramente irregular, é uma larga construção de andares, o inferior abobadado com cruzarias de ogivas assentes em mísulas e o superior com tecto de madeira de 3 planos, cobertos com telhado de 2 águas. 

As galerias, com tramos marcados por contrafortes salientes, abrem para a quadra por arcadas com colunas assentes nos parapeitos. O número e perfil dos vãos é variável em cada galeria; no andar superior dominam os espelhos enquanto no térreo, protegido com arcos de descarga surgem tímpanos vazados por óculos decorados com rosáceas. Encostada ao corpo da igreja, a galeria S. apresenta 1 edícula saliente, de planta rectangular que albergava a escada de acesso ao piso superior. A galeria E. adossa-se ao braço do transepto da igreja e ao edifício medieval dos monges, com 2 pisos, dando acesso às suas instalações abobadadas onde predominam as cruzarias de ogivas. 


 De S. para N. rasgam-se os arcos plenos das entradas da SACRISTIA MEDIEVAL, abobadada em berço e iluminada por uma fresta no muro E., do CAPÍTULO, enquadrado por 4 arquivoltas e ladeado por 2 pares de janelas, que dá acesso a uma sala de 3 naves marcadas por 4 colunas e iluminada a nascente por 3 janelas, do PARLATÓRIO, abobadado em aresta no tramo central e com ogivas nos outros, e da SALA DOS MONGES, composta por 3 naves de 7 tramos assentes em 5 patamares. Entre as portas destas duas últimas, uma escada subdividida em lanços dá acesso ao DORMITÓRIO dos monges que, com 3 naves e 11 tramos, acrescidos de mais 2 no topo SE., ocupa todo o andar superior do edifício e é iluminado por 7 janelas em cada ilharga. 

Na ala N. o portal do antigo calefactório, de arco pleno assente em 2 colunas, liga à COZINHA seiscentista com chaminé central assente em 8 colunas, 2 lareiras e 2 tanques de água corrente em mármore. Segue-se o REFEITÓRIO de 3 naves com 5 tramos também abobadado com ogivas e iluminado no muro N. e nas ilhargas por fiadas de janelas, algumas entaipadas, e conservando no muro O. a escada de acesso ao púlpito de leitura com 5 arcos inclinados assentes em colunelos. Em frente do largo portal do refeitório ressalta sobre a quadra o LAVABO; é uma construção de planta pentagonal, com 2 andares, coberta em terraço com platibanda e reforçada por contrafortes nos ângulos, contendo um tanque de mármore oitavado.

No topo poente da galeria a porta da primitiva cozinha dá serventia ao CLAUSTRO DE D. AFONSO VI, de planta rectangular e 2 andares. Incluídas no edifício que se estende até à fachada O. assinala-se uma sala rectangular precedida por uma galeria com 5 arcos; um pequeno claustro, idêntico ao de D. Afonso VI e 2 abobadadas em aresta, a SALA DAS CONCLUSÕES, muros muito espessos, iluminada por 4 janelas na fachada O., e a SALA DOS REIS, dividida em 3 naves por pares de colunas e com mísulas contendo as estátuas dos reis de Portugal até D. José e, no piso elevado, várias salas da hospedaria do mosteiro.

Nave

 CLAUSTRO DOS NOVIÇOS - Atravessado por um largo canal - a levada - a quadra deste claustro é delimitado a O. pelo edifício medieval dos monges, modificado no frontispício e precedido por um terraço com balaustrada, e pelas fachadas das instalações do abade geral e do NOVICIADO, com 3 andares tendo os 2 inferiores grandes arcadas de volta perfeita que repousam em pilares de secção quadrada, a N. e E. e o 3º piso é dividido por um corredor para o qual se abrem as celas. 

 CLAUSTRO DA BIBLIOTECA - Disposição idêntica ao do claustro dos noviços, os edifícios deste claustro encontram-se muito mexidos. Há contudo, a assinalar a sala da biblioteca setecentista de vastas dimensões (47,7 m X 12,7 m) iluminada na parede S. por 3 fiadas de vãos, 1 óculo e 2 janelas enquadradas pela galeria que corre ao longo das suas paredes.

Claustros

Utilização Inicial : Cultual e Devocional. Abadia cisterciense
Utilização Actual : Cultual e Cultural. Aberto ao público na zona correspondente à igreja e dependências a N. dela. As zonas do mosteiro que envolvem os 2 grandes claustros orientais estão entregues ao Asilo de Lisboa
Propriedade : Pública: estatal
Época Construção : Séc. 12 / 18
Arquitecto/Construtor/Autor : Domingo Domingues e Diogo (claustro); João de Castilho (sacristia nova); João Turriano (frontispício da igreja)


Cronologia 
1153 - D. Afonso Henriques entrega a carta de fundação de Alcobaça a Cister; 
1178 - Fundação e instalação provisória na abadia velha, no sítio da actual igreja de Nossa Senhora da Conceição; 
1223 - Mudança dos monges para as dependências do novo mosteiro; 
1308 / 1311 - Claustro de D. Dinis; 
1475 - Encerramento do noviciado e substituição dos abades regulares por comendatários; 
c. 1510 / 1520 - Sacristia nova; 
1531 - Instituição da Congregação Independente de Alcobaça; 
1632 - Acabamento da fachada N. do dormitório; 
1636 - Conclusão do edifício do noviciado; 
1649 - Obras de alteração no interior da ala N. do mosteiro; 
1656 / 1667 - O claustro de Afonso VI é erguido no local da cozinha medieval; 1670 - Capela-relicário da sacristia; 
1702 - Transferência da livraria para o dormitório medieval. Capela da galeria S. do claustro de D. Dinis; 
1725 - Grande ampliação da zona E. do mosteiro, provável ano de construção da cozinha; 
1755 - Edificação da livraria, cartório e ala S. da fachada principal; 
1833 - Os monges abandonam o mosteiro; 
 
1834 - Extinção das ordens religiosas; 
1969 - danos pelo sismo.


Tipologia : Arquitectura religiosa gótica. A planta da igreja e dos edifícios regulares medievais reproduz, invertida, a da abadia mãe cisterciense de Claraval II. Segundo Cocheril o templo alcobacense segue a planta-tipo cisterciense de Claraval III, e a proporção das naves, a composição dos pilares e das mísulas em que assentam as nervuras da nave central, postas a certa altura do solo para permitir o encosto dos cadeirais é, também, característica das igrejas da ordem. 

O Claustro de D. Dinis influenciou os das Sés de Coimbra, Lisboa e Évora. Maneirismo - O partido adoptado no último registo da fachada O., atribuída a Fr. João Turriano, foi posteriormente repetido nas abadias cistercienses de Bouro, Salzedas e Seiça.

Caracteristicas Particulares : Considerado o monumento mais expressivo de arquitectura cisterciense em toda a Europa, a simplicidade da igreja combinada com a sua grandeza, produz uma impressão de austeridade rara constituindo todo o conjunto o monumento de maior importância na história da arquitectura medieval em Portugal. Por causa do sentido dos cursos de água os edifícios regulares estão dispostos na ilharga N. da igreja, em vez da S., como era corrente nas abadias de Cister. 

A elevação das naves colaterais à mesma altura da nave central, constitui elemento singular nos edifícios da ordem. Existem 3 tipos de mísulas que permitem balizar as distintas campanhas de construção medieval e que referenciam o local ocupado pelo coro dos frades, dos enfermos e dos conversos. 

A SALA DOS TÚMULOS é considerada a primeira experiência construtiva neogótica em Portugal.

Dados Técnicos : Igreja e instalações medievais - estruturas independentes; outras instalações - estruturas mistas e paredes autoportantes.

Materiais : Cantaria (edifícios medievais); alvenaria (construções posteriores

( Condensado da página da Net da DGMEN - Dir. Geral de Monumentos e Edifícios Nac.)

O Mosteiro da Batalha


Localização : Leiria, Batalha, Batalha
Acesso : Pç. do Mosteiro
Protecção Património Mundial - UNESCO 1983
Enquadramento : Urbano. Implantado numa planície, na vila da Batalha, ao centro de um grande adro lajeado, a pouca distância da EN.1; a fachada N. do mosteiro é delimitada por um murete rematado por grilhagem em cantaria; frente à fachada S. ergue-se a estátua equestre de D. Nuno Álvares Pereira, sobre pedestal em cantaria.



Descrição : Planta composta irregular e volumes articulados com coberturas diferenciadas em terraços e telhado, desenvolve-se em sentido longitudinal de N. para S. em torno do claustro Real e de D. Afonso V; dependências conventuais adossadas e Igreja de 3 naves em cruz latina, transepto saliente e cabeceira de ábside poligonal e 4 absidíolos a que se adossam a Capela do Fundador, de planta quadrada e as "capelas imperfeitas", de planta octogonal. A sua forte horizontalidade é reforçada por inúmeras molduras e platibandas rendilhadas envolventes, apesar da verticalidade anunciada pelos arcobotantes e contrafortes rematados por pináculos e pelas agulhas que coroam os torreões sobre o transepto e a torre da cegonha. Panos murários em cantaria aparelhada.


IGREJA - PORTAL PRINCIPAL - aberto no eixo principal da igreja, recortado em profundidade por 6 arquivoltas de arco quebrado cingindo um tímpano em arco abatido, com franja polilobada, assentes em colunelos, é rebordado exteriormente por arco conopial, ornado por cogulhos no extradorso e ladeado no fecho pelos escudos de D. João I e D. Filipa.

 Sobre as mísulas dos colunelos assentam as estátuas dos 12 profetas; nas arquivoltas figuras de serafins, anjos músicos, profetas, reis, santos e virgens mártires, coroadas por baldaquinos, que servem de pedestal às restantes figuras. 

PORTAL LATERAL - aberto no transepto, saliente da face do paramento, é ladeado por pilastras prismáticas rematadas por pináculos e encimado por gablete agudo tendo no tímpano as armas de D. João I e D. Filipa; arquivoltas em arco levemente quebrado, decoradas por dentes de serra e meios círculos, assentam em meias colunas, de capitéis fitomórficos; o vão do portal é enquadrado por arco trilobado. 

INTERIOR - 3 naves de 8 tramos cobertas por abóbadas de cruzaria de ogivas, sexpartidas, separadas por pesados arcos torais quebrados, percorridas por uma cadeia longitudinal, unindo os fechos; capela-mor mais profunda e alta, rodeada por 4 absidíolos, com absides poligonais abrindo para os 5 tramos do transepto por arcos quebrados, decorados por franjas polilobadas.

Robustos pilares cruciformes com meias colunas adossadas, capitéis com relevos fitomórficos, bases e ábacos quadrangulares, dividem o espaço interior; meias colunas adossadas às paredes laterais. Capela-mor iluminada por frestas rasgadas nos 2 andares, capelas colaterais iluminadas por 3 frestas; janelões iluminam o transepto; a nave recebe luz do grande janelão da fachada O., de janelas abertas nas paredes das naves laterais e no clerestório. 

CAPELA DO FUNDADOR - adossada aos 3 primeiros tramos da nave do lado S. e abrindo-se para ela por arco quebrado com franja polilobada, tem ao centro um recinto octogonal de pilares fasciculados, de secção triangular, com arcos quebrados com franja polilobada, sustentando a abóbada estrelada da lanterna, vazada por janelões mainelados. O recinto externo, coberto por abóbada com 8 tramos trapezoidais, é também recortado por janelões, com arcossólios adossados.


CAPELAS IMPERFEITAS - construídas do lado E. da igreja, no eixo da nave, rodeiam um pátio octogonal, para o qual abrem por arcos quebrados com franja polilobada; nos intervalos entre os muros das capelas, pequenos espaços de planta triangular, de ábside de 3 panos rasgada por um janelão, sobre os quais assentam feixes de colunas truncados, com decoração manuelina; capelas com ábside de 3 panos, rasgada por 3 frestas e cobertas por abóbadas polinervadas, com pedras de armas e emblemas heráldicos nos fechos; na capela de topo o túmulo de D. Duarte e D. Leonor de Aragão.

A comunicação do pátio com o átrio, que separa as capelas da cabeceira da igreja, faz-se através de portal rasgado no eixo da capela-mor. Por cima das capelas um varandim corrido com as armas reais nos ângulos; sobre o portal uma dupla arcada com guarda balaustrada, encimada por arquitrave com motivos escultóricos renascentistas. O átrio junto à cabeceira é coberto por abóbada polinervada, abrindo-se para o adro por portal em arco policêntrico com os emblemas manuelinos, a N., rasgado dos 2 lados por janelas maineladas de verga policêntrica.

CLAUSTRO REAL - adossado a N. da nave da igreja e respectivo transepto, de planta quadrangular, um piso, 7 tramos por ala, além dos tramos dos cantos, cobertos por abóbada de cruzaria de ogivas, com arcos torais separando os tramos e cadeia longitudinal ligando chaves, descarregando o seu peso sobre feixes de colunelos manuelinos onde assentam arcos quebrados que abrem para a quadra interior, com bandeiras decoradas por rendilhados de pedra cercando emblemas manuelinos; contrafortes de vários andares no paramento do lado da quadra encimados por pináculos piramidais, ressaltando acima da platibanda rendilhada circundante. No canto NO. o corpo quadrangular do lavabo, com torreão octogonal de remate piramidal adossado ao vértice, abre-se por arcos quebrados interceptados a meia altura por tímpanos rendilhados assentes em colunelos manuelinos; ao centro o lavabo com bacia e dupla taça escalonada, polilobadas. Todas as dependências que envolvem o claustro são rematadas por platibanda rendilhada igual à que encima a igreja. 

SALA DO CAPÍTULO - abre para a ala E. do claustro principal por portal em arco quebrado com franja polilobada, rasgado nas 2 faces por arquivoltas reentrantes, e por 2 janelas com molduração semelhante; um janelão de 3 lumes rasga a parede fronteira, com vitral representando a crucifixão. De planta quadrada, é coberta por abóbada de nervuras estreladas, com as armas de D. João I no fecho central, amparada nos 4 ângulos por abóbadas nervadas triangulares. 


REFEITÓRIO - divisão rectangular adossada à parte da ala O. do claustro, com abóbada de berço quebrado, dividida por arcos torais em 4 tramos, descarregando sobre moldura que circunda as paredes laterais. 

CLAUSTRO DE D. AFONSO V - planta quadrangular, implantado a N. do claustro principal; 2 pisos, sendo o inferior abóbadado por cruzaria de ogivas, 7 tramos por ala, além dos tramos dos cantos, sem arcos formeiros, descarregando sobre mísulas adossadas dos 2 lados; emblema de D. Duarte e de D. Afonso V em alguns dos fechos. 

Os tramos abrem para a quadra por arcos duplos, quebrados, assentes em colunelos duplos emparelhados transversalmente, com um mesmo ábaco, sobre parapeito, rasgado a meio de cada ala para permitir o acesso à quadra central; contrafortes intercalam as arcadas duplas; o 2º piso é coberto por alpendre apoiado em pilares octogonais; 2 contrafortes nos ângulos da quadra do lado S. encostam-se na diagonal até ao beirado do telhado que cobre o alpendre do 2º piso e dependências anexas. 

Utilização Inicial : Cultual e devocional

Utilização Actual : Cultual / Cultural / Administrativa

Propriedade : Pública: estatal

Época Construção : Séc. 14 / 19

Arquitecto/Construtor/Autor : Afonso Domingues (1388 / 1402), Huguet (1402 / 1438), Martim Vasques (1438 / 1448), Fernão de Évora (1448/ 1477), Mestre Guilherme (1477 / 1480), João Rodrigues (1480), João Arruda (1485), Mateus Fernandes e Boitaca (direcção esporádica de obras), Mateus Fernandes II (1516 / 1528), João de Castilho (participação esporádica), Miguel de Arruda (1533 / 1563)

Cronologia : 

1388 - Doação da "casa e mosteiro", dedicada a Nossa Senhora, à Ordem de São Domingos, cuja construção se iniciara a seguir à Batalha de Aljubarrota, em 1386, em cumprimento de voto régio, em terrenos comprados a Egas Coelho; 

1416 - Deposição dos restos mortais de D. Filipa de Lencastre na capela-mor da igreja; 

1426 - No seu testamento D. João I refere a construção da capela do fundador, destinada a panteão real; 

1434 - Trasladação dos restos mortais de D. Filipa e D. João I para essa capela; estariam concluídas a igreja e capela do fundador, o claustro real e dependências anexas, dirigidas até 1402 pelo mestre Afonso Domingues e por mestre Huguet até 1437; 

1437 - Compra de terreno junto à cabeceira, onde se dá início ao panteão de D. Duarte (Capelas Imperfeitas); 

1448 / 1477 - Sob a fiscalização do mestre Fernão de Évora lavram-se os túmulos dos infantes e do rei, por João Eanes Rabuço, acaba-se a torre do relógio, o claustro de D. Afonso V, lajeiam-se os claustros, ladrilham-se varandas e aposentos; 

séc. 16 (inícios) - Construção de contrafortes sobre os espaços intercalares das capelas imperfeitas, para receber futura cobertura, e ainda do átrio de ligação à igreja; decoração das bandeiras dos arcos do claustro e do corpo do lavabo; 

1517 - D. Manuel, no seu testamento, recomenda ao seu sucessor que conclua o panteão iniciado por D. Duarte, estabelecendo uma ligação adequada com a igreja; obras promovidas por D. João III: varanda balaustrada, claustros a E. do claustro de D. Afonso V, destinados aos noviços e à hospedaria; 

1755 - O terramoto provoca a queda da cúpula da capela do Fundador; 

1811 - Ocupação pelas tropas francesas e incêndio nas instalações conventuais a E.; ( Nota - Sempre as asneiras dos pseudo - evoluídos irredutíveis gauleses, já em Alcobaça não estragaram mais porque não puderam ).

1834 - extinção das ordens religiosas e abandono do convento pelos monges; 

1840 - início de um novo ciclo de restauros dirigidos por Luís Mouzinho de Albuquerque, continuados a partir de 1852 pelo arq. Lucas José dos Santos Pereira, por interferência de D. Fernando II;

séc. 19 / 20 - Alteração das dependências que rodeiam o claustro de D. Afonso V para a instalação de serviços públicos.

Tipologia : Arquitectura religiosa gótica, manuelina. Igreja de influência mendicante, de complexo conventual, ordenado à volta de 2 claustros, inicialmente 4. Simbiose harmoniosa de 2 estilos: o gótico mendicante e o flamejante. O arco conopial presente no portal O. e nos túmulos dos infantes e ainda o túmulo duplo surgem aqui pela primeira vez.

Caracteristicas Particulares : Mosteiro onde se funde a arquitectura gótica portuguesa característica dos séc. 13 / 14 com as novas tendências da arquitectura do séc. 15, nomeadamente de expressão flamejante, sobre a influência inglesa. Estrutura conventual assente em estacaria de pinho verde. Parede do lado do Evangelho mais espessa e não amparada por contrafortes, arcobotantes desse lado também mais robustos. 

Construção erigida em calcário brando, das pedreiras locais, que permitiu uma riqueza de ornamentação, com destaque para o tecto coberto por abóbada de ogiva, as estátuas dos apóstolos e toda a decoração do portal principal, a abóbada estrelada da capela do fundador e as capelas imperfeitas onde nos seus arcos ponteagudos predomina o trabalho minucioso da mão do artista.

Dados Técnicos : Estruturas independentes (igreja, capelas sepulcrais, claustro principal, sacristia e sala do capítulo), estruturas mistas (adega e refeitório), estruturas autoportantes (dependências oitocentistas).

Materiais : Cantaria, alvenaria de pedra calcária rebocada, tijolo, telhões em pedra, telha, madeira, vidro, betão armado.

( Condensado da página da Net da DGMEN - Dir. Geral de Monumentos e Edifícios Nac.)


O Mosteiro dos Jerónimos

Designação : Mosteiro de Santa Maria de Belém / Mosteiro dos Jerónimos e túmulos de D. Manuel I, de D. João III, de D. Sebastião e do Cardeal D. Henrique

Localização : Lisboa, Lisboa, Santa Maria de Belém

Acesso : Pç. do Império

Protecção : Património Mundial - UNESCO 1983

Enquadramento : Implantado no sítio da antiga praia do Restelo, junto à margem do rio Tejo. Assoreado todo este terreno ao longo dos tempos, tem defronte a Praça do Império delineada aquando da Exposição do Mundo Português em 1940.

Descrição :

Planta composta organizada em L invertido segundo eixos O. - E. e S. - N., volumes articulados com coberturas diferenciadas. O complexo arquitectónico estrutura-se em torno de duas quadras, sendo a maior definida por uma comprida arcada de dois pisos com um corpo central mais elevado e a menor pelo claustro a que se adossam a Portaria, Refeitório, Sacristia, Sala do Capítulo e Igreja. 

 IGREJA de planta longitudinal, em cruz latina, corpos articulados de volumetria horizontalista e coberturas com telhados de 2 águas, orientada a E. / O.. Fachada principal, orientada a O., semi-oculta pela ligação às arcadas, através de 1 abóbada de berço sob um terraço. Pórtico em arco polilobado decorado com relevos e estatuária de vulto. À direita do portal, avança em ressalto um corpo de base quadrada, provido de janelas de arco pleno, de 2 registos, do qual se vai elevar torre sineira amparada por arcobotantes e coberta por uma cúpula poligonal neo-manuelina. 

Portal

Na fachada S., dividida em cinco tramos, sobressai um pórtico monumental, composto ao modo de um grande retábulo pétreo. A ladear o pórtico S. duas janelas em arco de volta perfeita com colunelos de decoração espiralada. Internamente, composta de 3 naves, cruzeiro, capela-mor, transepto saliente, sub-coro e coro-alto. Cobertura em abóbada única rebaixada, polinervada, assente em mísulas embebidas na caixa murária e em 8 pilares. O cruzeiro é um espaço unitário coberto por abóbada polinervada com combados, de ponto mais subido que a das naves, e guarnecida por arcos torais e formeiros para poder dispensar os suportes centrais. 

 Capela-mor coberta por uma abóbada de berço de caixotões de mármore; lateralmente encontram-se as arcas tumulares de D. Manuel, D. Maria, D. João III e D. Catarina, sustentadas por elefantes de mármore. Ladeiam o arco triunfal 2 púlpitos de pedra, octogonais. Nos braços do transepto, de revestimento calcário e gramática maneirista, abrem-se acrossólios que contêm túmulos e altares. Sacristia de planimetria rectangular, ergue-se ao centro uma coluna decorada que termina numa expansão de nervuras, apoiada na caixa murária por meio de mísulas. 

O CLAUSTRO, a N., articula o complexo arquitectónico do Mosteiro com a igreja, planta quadrada, vértices cortados em chanfra na fachada interna, formado por 4 lanços térreos cobertos pela abóbada de cruzaria. A forma octogonal formada pelas chanfras projecta-se nos dois pisos que constituem os alçados do claustro. No portal da fachada S. avultam nichos com as imagens dos Apóstolos, Profetas, Virgens mártires, Doutores da Igreja e Anjos músicos. A separar a dupla porta, um mainel com uma estátua identificada com o Infante D. Henrique. 

Claustros

No tímpano, dois relevos com passagens da vida de São Jerónimo. O pórtico principal localiza-se a O. e é ladeado por dois contrafortes que albergam estátuas de 6 apóstolos. Sobre estes foram colocadas ânforas neo-clássicas. As estátuas reais estão parcialmente ocultas pela moldura dos pés-direitos e não cabem nas mísulas. Do lado direito D. Maria São João Batista e do lado esquerdo D. Manuel e São Jerónimo. Superiormente existem 3 relevos separados por pilastras renascentistas, figurando no do centro uma cena de presépio, no da esquerda a Anunciação e no da direita os reis magos.

Todos denotam reaproveitamentos e apresentam molduras de gramática estranha ao Manuelino. No sub-coro, à esquerda está a capela do Senhor dos Passos, revestida de talha dourada dos sécs. 17 - 18, que enquadra 4 pinturas alusivas à Paixão de Cristo. Do lado oposto situa-se a capela baptismal, em cuja parede nascente foi rasgado um vão, tardiamente, para conter um altar. O primeiro tramo do sub-coro possui abóbadas manuelinas, mas, no segundo tramo encontramos uma reconstrução revivalista da cobertura.

O mesmo sucede com os 5 arcos tudor que a sustentam e abrem para as naves. Lateralmente estão os túmulos neo-manuelinos de Camões e Vasco da Gama. As 3 naves são cobertas com abóbada única sustentada por pilares octogonais decorados com grotescos e nichos. Na parede N. abrem-se 10 nichos sobre portas que dão acesso aos denominados "confessionários". 

Em redor das paredes existem altares de talha dourada com estátuas de vulto. Nos dois topos do transepto, destacam-se 4 frontais de altar de alabastro, esculpidos em relevo, com cenas da vida de São Jerónimo. A parede do fundo é ocupada por painéis da Paixão de Cristo e Adoração dos Magos e por um sacrário de prata do séc. 17.


SACRISTIA - Localiza-se no prolongamento N. do transepto, embora não no seu eixo. Possui 3 portas de acesso: muro S. (acesso ao Cruzeiro, por um corredor); O. (comunicação com o claustro) e N. (comunicação com a tribuna da Sala do Capítulo e 2º piso do Claustro). Um arcaz quinhentista e um armário do séc. 17 constituem o recheio decorativo da sacristia juntamente com pinturas maneiristas de Avelar Rebelo, Simão Rodrigues e Campelo.

Nave da Igreja

CORO-ALTO - Tem acesso a partir do cruzeiro, pela escadaria entre-muros, ou pelo 2º piso do Claustro. Ocupa os dois primeiros tramos da Igreja, juntamente com os corpos das 2 torres (embora apenas uma tenha crescido). Entre estes está um cadeiral de talha maneirista de grande qualidade, atribuído a Diogo de Carça, com relevos de temática sacra e grotescos. 

 CLAUSTRO - A parede S. é independente e oblíqua relativamente ao muro N. da Igreja e revela tempos diferentes de construção. Entre ambos corre uma escadaria abobadada que liga o transepto e o 1º piso do claustro ao coro-alto e ao piso superior. O acesso ao terreiro faz-se pelas chanfras. Pela parte interna das arcadas, em ambos os pisos, corre uma galeria abobadada, para a qual abrem portas de comunicação com os serviços do Mosteiro: 1º piso - Sacristia e Sala do Capítulo (ala E.); Casa Pia (ala N.); Refeitório e Portaria (ala O.); "confessionários" e escadaria entre muros (ala S.); 2º piso - antiga livraria, sacristia e tribuna da sala do Capítulo (ala E.); Pátio da Casa Pia (ala N.); Hospedarias e Escadaria (ala O.); escada entre-muros (ala S.). 

 CASA DO CAPÍTULO - Fica localizada na ala Nascente do claustro. O portal duplo foi rasgado em 1517 por Rodrigo Pontezilha. A sala, rectangular, parece que nunca foi terminada, ou ruiu pouco tempo após a construção. Em 1884 foi reconstruída sob as ordens do Engenheiro militar Manuel Raymundo Valadas, para aí se instalar o túmulo de Alexandre Herculano. Exceptuando a parte inferior da caixa murária, tudo é de estilo neo-manuelino.

REFEITÓRIO - De autoria de Leonardo Vaz, corre paralelo à ala O. do Claustro, no 1º piso, e tem de comprido c. 37 m, por 9 m de largura, espaço que é vencido por uma abóbada única, abatida e polinervada, que arranca de 12 mísulas laterais. Um friso torso rodeia a parede a todo o perímetro, sob o qual existem painéis azulejares setecentistas, polícromos. Na parede S. uma moldura de pedra esculpida enquadra uma pintura de São Jerónimo de Avelar Rebelo. Na parede O. rasgam-se 5 janelas decoradas nos pés-direitos e arquivoltas de perfis diferenciados. 

Tumulo de Vasco da Gama

Arcada - 24 tramos divididos por um corpo central mais elevado e delimitados nos extremos E. e O. por 2 torres octogonais rematadas por coruchéus poligonais. Exceptuando os tramos extremos, os arcos do 1º piso são quebrados, providos de mainel e envidraçados e as janelas do piso superior são em arco de volta perfeita, de cujo extradorso arrancam cogulhos. Só alguns blocos de pedra do piso inferior são originais, aproveitados da vasta arcada aberta, que constituía espaço de armazenagem de víveres e apetrechos náuticos das embarcações que aportavam ao ancoradouro do Restelo.

Utilização Inicial : Cultual e devocional: Mosteiro da Ordem de São Jerónimo

Utilização Actual : Cultual e cultural

Propriedade : Pública: estatal

Afectação : IPPAR, DL 120/97, de 16 Maio

Época Construção : Séc. 16 / 20

Arquitecto/Construtor/Autor : Boitaca, João de Castilho, Leonardo Vaz, Diogo de Torralva, Jerónimo de Ruão e outros.

Cronologia :

1496 - Bula de Alexandre VI que permite a fundação de um Mosteiro para a Ordem de São Jerónimo;

1500 - Tomada de posse canónica e jurídica do sítio de Belém pelos monges Jerónimos;

1505 - Constituída a «mesa dos contos», as obras passam a ser administradas por um provedor - Gonçalo Álvares, um almoxarife - Diogo Rodrigues, um escrivão - João Leitão;

1513 - D. Manuel adquire terras e casas para a cerca do Mosteiro da qual é empreiteiro Diogo Roiz;

1514 - Primeira referência a Boitaca como Mestre de Obras tendo sido substituído, ainda este ano, por Leonardo Vaz, Rodrigo Afonso e Francisco de Arruda; Domingos Guerra dirige a obra de 5 tramos do dormitório;
Tumulo de Camões

1516 - Regresso de Boitaca como Mestre de Obras, juntamente com Filipe Henriques e Aleixo Henriques;

1517 - D. Manuel estipula nova orgânica nos trabalhos do Mosteiro; João de Castilho dirige as obras do Claustro, Sacristia, Capítulo e Porta Lateral; Nicolau Chanterene tem a seu cargo a porta principal;

1519 - Encontra-se concluído o piso térreo do Claustro e duas alas do andar superior;

1522 - João de Castilho dirige as empreitadas das abóbadas e pilares do cruzeiro e da Igreja;

1524 - Alvará régio que proibe a construção de casas defronte do mosteiro;

1540 / 1551 - Diogo de Torralva dirige as obras do Mosteiro: arranjos na capela-mor, vestíbulo, portaria, conclusão do claustro;

1550 - Diogo de Carça, responsável pela construção do cadeiral do coro-alto;

1551 - Tomada de posse pelos monges jerónimos do novo Mosteiro de Santa Maria de Belém;

1557 - D. Catarina ordena a demolição da capela-mor manuelina, encarregando mestre Jerónimo de Ruão da construção da actual;

1560 / 1570 - Cardeal D. Henrique manda executar várias empreitadas a André Gonçalves - no pátio do Claustro, João Dinis - os tanques, João de Ruão - o grande lago do Claustro;
Estátua de D. Manuel I


1569 - Ordenada a interrupção das obras de Belém;

1571 / 1572 - Reedificada a capela-mor em estilo maneirista, por Jerónimo de Ruão;

1572 - Trasladação dos restos mortais de D. Manuel, D. Maria e D. João III para as novas sepulturas da capela-mor;

1587 / 1591 - Revestimento das capelas do transepto com mármores coloridos sob a direcção de Jerónimo de Ruão, por ordem de Filipe I;

1594 / 1598 - Execução por Fernão Gomes de dois retábulos para os altares do Claustro;

1625 - Teodósio de Frias, arquitecto, e Diogo Vaz, mestre pedreiro, são responsáveis, por ordem de Filipe II, da construção da Casa da Portaria e da escadaria de acesso ao 2º piso do Claustro; é transferido o portal dos dormitórios para a nova portaria;

1631 - A Portaria é dada como concluída;

1682 - Mateus de Couto, por ordem de D. Pedro II, é responsável pelas sepulturas de D. Sebastião e D. Henrique;

1701 / 1704 - Conclusão da escadaria;

1711 - D. João V manda executar algumas obras de reparação no Mosteiro, sob orientação dos arquitectos Manuel do Couto e João Antunes;

1723 / 1763 - A Tanoaria Real ocupa parte da arcada sob os dormitórios;

1756 - Alfândega de Lisboa é instalada nas mesmas arcadas;

1834 - Extinção das Ordens Religiosas; A Casa Pia instala-se no Mosteiro e iniciam-se modificações e restauros que duram até 1863; início de uma série de campanhas de obras na qual estiveram envolvidos José Maria Eugénio de Almeida, Colson, Benet, Joaquim Possidónio da Silva, Valentim José Correia, Raimundo Valadas, Rambois, Cinatti e Victor Laloux, e se prolongaram no séc. 20;

1888 - O corpo de Alexandre Herculano é trasladado para a Casa do Capítulo - o escritor fora também o único presidente da Câmara de Santa Maria de Belém quando esta teve esse estatuto.

1907- 0 mosteiro é declarado monumento nacional.

1940 - 0 primeiro ano da década é o da Exposição do Mundo Português. Os túmulos de Camões e Vasco da Gama (que já estavam na igreja) são trasladados para o local onde se encontram hoje. Durante a década de 40, os alunos da Casa Pia abandonam grande parte do mosteiro.

1969 - Danos causados pelo sismo.

Tumulo de D. Manuel I

1983- A UNESCO consagra o Mosteiro dos Jerónimos como Património da Humanidade. Nesse ano recebem o mesmo título a Torre de Belém, o Mosteiro da Batalha, o Convento de Cristo, em Tomar, e o Centro Histórico de Angra do Heroísmo.

1985- Fernando Pessoa é trasladado para o claustro do Mosteiro.

Tipologia : Arquitectura religiosa manuelina. Igreja - Planta longitudinal em cruz latina. Braços do transepto escalonados em altura relativamente ao cruzeiro. Capela-mor rectangular no exterior e de topo semicircular no interior. Externamente, o corpo da Igreja apresenta uma volumetria horizontalizante, rectangular, de aspecto unitário, coberto com um telhado e 2 águas.

Características Particulares : É a única igreja do séc. 16 europeu onde se atinge a plena isotropia. Destacam-se os sistemas de cobertura utilizados na igreja, com a utilização nas naves de uma abóbada única sustentada apenas por redes de nervuras terciárias.

Dados Técnicos : Estrutura autónoma

Materiais : Pedra calcária lioz da região de Lisboa


Site fantástico sobre catedrais portuguesas !

sexta-feira, 29 de setembro de 2006

A igreja de Lourosa ( 912 ) estilo Moçárabe


A igreja de Lourosa ( 912 )
Estilo Moçárabe

Lourosa - A Igreja dos Três Milénios 

Quando Alexandre III em 1179, com a Bula "Manifestis Probatum" reconhece D. Afonso Henriques como rei, e o seu Estado, Portugal, como reino já a Igreja de São Pedro de Lourosa tinha 257 anos.

Construída no ano de 912 do 1º Milénio no pontificado de Anastásio III, assiste à chegada do 2º Milénio com o pontificado de Silvestre II, assistindo agora à chegada do 3º Milénio com João Paulo II. Impressionante, mas certo.

Fachada Sul
Igreja de São Pedro / Igreja Matriz de Lourosa

De História de Portugal de Damião Peres

A construção da igreja de Lourosa pertence à época de Ordonho ( ? ) rei da Galiza ( seguramente Garcia I, 911 - 914 ). A igreja de Lourosa é a única de estilo moçárabe existente em Portugal. Todos os estudiosos que se têm ocupado do seu estudo atribuem o ano de 912 à sua construção, data mencionada em uma inscrição que nela se encontra. Lourosa, a vila onde se ergue a velha igreja, fica ao sul do Mondego, na região onde vêem morrer as derradeiras ondulações dos contrafortes ocidentais da Serra da Estrela.
xiste
950 Era de César, 912 era cristã - Ano de construção da Igreja

Ali permaneceu, ignorada e tranquila, durante largos séculos. A fúria transformadora, que destruiu tantas outras igrejas dos séculos da reconquista, deixou que esta chegasse até nossos dias, acrescentada embora de adições posteriores, mas respeitada nas suas linhas fundamentais primitivas. Nota - Em escavações e estudos arqueológicos, encontraram-se vestígios da época romana e visigótica, que mostram que a igreja de Lourosa já era local de culto há mais de dois mil anos.

Fachada lateral Norte
Descendo alguns degraus, pois o nível do pavimento é sensivelmente mais baixo que o do terreno exterior, penetra-se no templo. O interior da igreja de Lourosa está dividido em três naves que apresentam uma particularidade notável quanto à sua extensão, pois a nave central é muito mais comprida que as naves laterais. Arcadas formadas de três arcos de ferradura separam, a cada lado, a nave central das naves laterais.

Interior da Igreja
Estes arcos apoiam-se pelos extremos, em impostas, e, na parte central em ábacos lisos, quadrangulares, assentes sobre colunas de tipo dórico que se supõe provenientes de edifício levantado durante o domínio romano.
.
Sacristia

O arco de ferradura, nota dominante e característica do monumento encontra-se ainda nas portas de comunicação da sacristia com a nave central e com a lateral do lado do Evangelho, portas que se encontram em paredes formando ângulo recto, e ainda em outras duas, simétricas, do lado da Epístola.

O alto valor deste monumento foi reconhecido só na era moderna. Até 1911 as referências eram que a igreja "foy fábrica de mouros". Só em 1911 começou a ser estudado por pessoas competentes. 

Ocuparam-se da Igreja de Lourosa três eminentes historiadores da arte portuguesa: cronologicamente, Virgílio Correia, Joaquim de Vasconcelos e D. José Pessanha. Todos estão de acordo quanto ao inestimável valor deste monumento, pois ele veio preencher uma lacuna na evolução artística da terra portuguesa - a lacuna que separa as igrejas visigóticas das primeiras igrejas românicas.

A lacuna que separa as igrejas visigóticas das primeiras igrejas românicas.

Há no entanto ainda hoje uma questão de forma política:

Estava o território, onde se ergueu o monumento, sob o domínio dos cristãos ou sob o dos muçulmanos?Como os árabes entraram e conquistaram a Península Ibérica em 711 ou 712, e a igreja foi construída em 912, há quem afirme que o território era dos árabes, mas que a deixaram construir, outros afirmam que o território nessa altura já era dos cristãos. 

( Condensado da História de Portugal - de Damião Peres )

Sarcófagos no exterior
Cronologia : 

912 - Data numa inscrição sobre a porta correspondendo eventualmente às primeiras obras; 

1119 -Doada por D. Teresa à Sé de Coimbra; 

1132 - Coutada por D. Afonso Henriques; 

1188 - Reforma de toda a parte alta da nave, logo a seguir à zona dos arcos englobando os do cruzeiro; 

Séc. XIV - Obras com vestígios nas fortes colunas monocilíndricas da nave; 

Séc. XV e XVI - Novas obras em capelas na zona da cabeceira; 

Séc. XVIII - Colocação do púlpito no arco médio do lado N., elevação do arco da capela-mor e renovação dos suportes do coro-alto.

Tipologia : 

Arquitectura religiosa pré-românica. Raro exemplar de igreja pré-românica ( Moçárabe ) em Portugal, apresenta estrutura típica de uma construção de 3 naves e cabeceira desenvolvida. Edifício muito reconstruído ao longo do tempo apresenta, mesmo assim características da heterogeneidade de influências culturais, artísticas e civilizacionais da época da primeira Reconquista 

Informação Técnica da DGMN - Fotografias próprias

A Igreja de Lourosa merece uma visita, e quando lá chegar, toque duas vezes o sino na torre sineira, para que senhora que cuida da igreja, venha dos seus trabalhos e lhe abra a porta . É interessante a pia baptismal, no chão, à entrada da igreja e que aproveitava uma nascente de água natural, e os sarcófagos cavados no granito à volta da igreja. 

Assine o livro de registro, pois assim poderemos mostrar aos estrangeiros que a visitam, e que assinalam a sua presença, que também nos interessamos pelos monumentos da nossa terra.

Palácios

O Palácio de Queluz

IPA : Monumento

Nº IPA : 1111070008

Designação : Palácio Nacional de Queluz e jardins

Localização : Lisboa, Sintra, Queluz

Acesso : Queluz de Baixo

Enquadramento : Urbano, destacado, isolado



Descrição: De planta complexa (correspondendo à aglutinação de vários núcleos e fases distintas de construção), o edifício organiza-se genericamente em L enquadrando os jardins por meio de várias alas, as quais apresentam volumetria escalonada, sendo a cobertura efectuada por telhados a 2 e a 4 águas. 

Do lado externo a E., o palácio abre 2 braços curvos, sendo o braço N. ocupado pela cozinha e dependências anexas, e prolongando-se linearmente o braço S. numa ala caracterizada pelo volume da cobertura bolbosa da capela e pela abertura convexa do pórtico de acesso. 

Merece menção sobretudo a componente decorativa que caracteriza algumas salas, constituída por pintura a fresco (Sala das Açafatas), revestimento a espelhos, estuque e talha dourada (Toucador da Rainha, Sala do Trono), parquet de madeiras exóticas (Sala D. Quixote) ou azulejos (Corredor das Mangas).




Utilização Inicial : Residencial

Utilização Actual : Turística / Cultural

Propriedade : Pública: estatal

Afectação : IPPAR, DL 106F/92, de 01 Junho

Época Construção : Séc. 18

Arquitecto/Construtor/Autor : Arq. Mateus Vicente de Oliveira (1706 - 1785), Arq. Jean-Baptiste Robillon (1704 - 1782), Arq. Manuel Caetano de Sousa (1742 - 1802)

Cronologia 

1654 - a quinta de Queluz, pertença do Marquês de Castelo Rodrigo, passa para a posse da Casa Real e é incorporada na Casa do Infantado; 

1747 - início da construção de um palácio, por iniciativa do príncipe D. Pedro (o m. q. D. Pedro III, pelo seu casamento com a rainha D. Maria I); 

1756 - revestimento azulejar (da autoria de João Nunes de Oliveira) do canal de recreio que anima o jardim

1758 - até esta data as obras prosseguem sob a direcção de Mateus Vicente de Oliveira, cuja presença é então requerida em Lisboa para efeitos da reconstrução da cidade sendo substituído em Queluz por Robillon, o qual será responsável designadamente pela concepção dos jardins; 

1760 - conclusão da ala ocidental; 

1761 - ornamentação da Sala das Talhas; 

1765 - construção de uma pequena praça de touros no jardim; 

1768 - remodelação da Sala do Trono; 1778 - construção do teatro; 

1782 - a morte de Robillon faz com que a direção das obras seja entregue a Manuel Caetano de Sousa, sendo então o palácio dotado de quartéis para a guarda real, casa de administração, cavalariças e outras dependências anexas; 


1784 - revestimento azulejar do Corredor da Manga, da responsabilidade do azulejador Francisco Jorge da Costa; 

1786 - fim da primeira grande fase de construção do palácio, coincidindo com a morte de D. Pedro III; 

1794 - o palácio passou a ser residência oficial da família real portuguesa; 

1807 - aquando da partida da família real portuguesa para o Brasil, o palácio é despojado de parte do seu recheio; 

1908 - por cedência de D. Manuel II, o palácio passa para a Fazenda Nacional; 

1934 - violento incêndio destrói parcialmente o palácio



O Palácio dos Duques de Bragança

Protecção Legal : Monumento Nacional (MN);

Dec. 16-06-1910, Zona Especial de Protecçao DG, 2ª série, nº 170, 23-07-1955

Endereço : Paço dos Duques de Bragança
Rua Conde D. Henrique
4810-245 Guimarães

Freguesia :Oliveira do Castelo

Guimarães

Mandado construir no primeiro quartel do século XV, provavelmente entre 1420 e 1422, por D. Afonso, Conde de Barcelos - filho bastardo de D. João I e futuro Duque de Bragança -, a edificação do Paço coincidiu com a concretização do seu segundo casamento, altura em que fixou residência em Guimarães. O século XVI marcou o início do abandono progressivo e consequente ruína, processo que se agravou durante o século XIX, quando o Paço serviu de pedreira para as populações vizinhas. A partir de 1937 procedeu-se à reedificação arquitectónica, possível a partir da análise da estrutura e da reformulação de numerosos elementos, que lhe conferiram o carácter de Paço europeu que hoje detém.


Das colecções destaca-se, pelo seu valioso contributo para a História dos Descobrimentos Portugueses, o conjunto das quatro cópias das tapeçarias de Pastrana, cujo desenho é atribuído ao pintor Nuno Gonçalves, autor do políptico de S. Vicente de Fora, que narram alguns dos passos das conquistas do Norte de África; a colecção de porcelanas da Companhia das Índias; o conjunto de faianças portuguesas das principais fábricas da época: Prado, Viana, Rocha Soares, Rato; o núcleo de tapeçarias flamengas, nomeadamente as que foram executadas segundo cartões de Pieter Paul Rubens, entre muitas outras obras.


O Paço dos Duques está hoje classificado como Monumento Nacional (MN) e engloba na sua estrutura, para além de uma área de Museu, uma ala (fachada principal, 2° piso) destinada à Residência Oficial da Presidência da República.


O Palácio da Ajuda
IPA : Monumento

Designação : Paço da Ajuda / Palácio Nacional da Ajuda (v. 1106010061)

Localização : Lisboa, Lisboa, Ajuda

Acesso : Lg. da Ajuda

Enquadramento : Urbano, destacado, isoladoDescrição :



De planta sensivelmente quadrada, organizando, em torno de um pátio quadrangular, 4 alas (encontrando-se a O. incompleta) cuja volumetria paralelepipédica é coberta por telhados a 2 águas articulados nos ângulos. A fachada E. do palácio, tornada principal, apresenta uma organização em 3 corpos, integralmente em cantaria de lioz.

No nível térreo do corpo central abrem-se 3 arcos - de acesso ao grande vestíbulo onde se rasgam vários nichos preenchidos com estátuas figurando Virtudes - sobre os quais se eleva a varanda nobre para onde abrem 3 janelões rectangulares inscritos em arcos de volta inteira e ladeados por colunas.


No INTERIOR há a destacar, entre as inúmeras salas do Palácio, no 1º andar:

Sala dos Archeiros, Sala do Porteiro da Cana, Sala de Espera ou da Audiência , Sala de D. Sebastião ou dos Cães, Sala do Despacho ou do Beija-mão, Sala de Música e ainda a Salinha de Saxe e a Sala de Mármore ou Jardim de Inverno.
Utilização Inicial : Residencial / Administrativa

Utilização Actual : Administrativa / Cultural / Marco histórico-cultural

Propriedade : Pública: estatal

Época Construção : Séc. 18 / 19

Arquitecto/Construtor/Autor : Manuel Caetano de Sousa, arquitecto; Francisco Xavier Fabri, arquitecto; José da Costa e Silva, arquitecto; António Francisco Rosa, arquitectoNo 2º andar: Temos a Sala Oriental ; Sala de D. Fernando , Sala Império, Sala dos Gobelins , Sala do Trono , Sala de Jantar e ainda a Sala do Corpo Diplomático, aSala de D. João VI e a Sala da Aclamação ou da Tocha.

Familia Real
Cronologia : 1795 - lançada a 1ª pedra do palácio real a construir segundo projecto de Manuel Caetano de Sousa, sendo as obras interrompidas pouco depois;

 1802 - aprovação dos projectos de Francisco Xavier Fabri e José da Costa e Silva, reiniciando-se as obras; 

 1807 / 1813 - suspensão das obras (invasões francesas e fuga da família real para o Brasil); 

 1818 - aprovação do projecto de António Francisco Rosa, que consiste numa redução dos projectos anteriormente aprovados; 

 1821 - apresentação de um 2º projecto de A. Francisco Rosa, que corresponde a nova redução; 

 1826 - o palácio é pela 1ª vez usado como residência régia, instalando-se nele a infanta D. Isabel Maria, regente do reino; séc. 19, 2ª metade - realização de obras significativas e utilização do palácio como residência da família real; 

D. Luis

 1910 - cessam os trabalhos, ficando o palácio incompleto; 

 1925 - inundação da Biblioteca por águas pluviais; 

 1974 - um incêndio destrói parte significativa da ala Norte


Tipologia : Arquitectura civil pública neoclássica

Características Particulares :

Dados Técnicos : Paredes autoportantes

Materiais : Alvenaria mista, cantaria de calcário e mármore, reboco pintado, madeira, estuque pintado

( Condensado da Informação na Net da DGMN )


O Convento ou Basílica de Mafra

Localização : Lisboa, Mafra, Mafra no Terreiro de D. João V

Este monumental palácio e convento barroco domina a pequena vila de Mafra. Foi mandado construir por D. João V, em consequência de um voto que o jovem rei fizera se a rainha D. Mariana da Áustria lhe desse descendência. ( Assunto tratado em forma de ficção no famoso livro deSaramago - O Convento ).


O nascimento da princesa D. Maria Bárbara, determinou o cumprimento da promessa. Os trabalhos começaram em 1717 com um modesto projecto para albergar 13 frades franciscanos ( arrábidos ), mas o dinheiro do Brasil começou a entrar nos cofres, pelo que D. João V e o seu arquitecto, Johann Friedrich Lwdwig (1670-1752) que estudara na Itália, iniciaram planos mais ambiciosos não se poupando a despesas.

A construção chegou a ocupar cerca de 50.000 trabalhadores e o projecto final acabou por abrigar330 frades, um palácio real e uma das mais belas bibliotecas da Europa, decorada com mármores preciosos, madeiras exóticas e incontáveis obras de Arte. Com os seus cerca de 40.000 metros quadrados, é maior edifício de Portugal.


A magnifica Basílica, que impressiona pelo seu sofisticado e perfeito acabamento ( Como se poderia acabar assim, sem máquinas naquela época ? ), foi consagrada no 41º aniversário do rei, em 22 de Outubro de 1730, com festividades que duraram oito dias. O palácio nunca foi um local favorito da família real, excepto para os que gostavam de caçar na tapada.

 As melhores mobílias e obras de arte foram levadas para o Brasil, para onde partiu a família real quando das invasões francesas em 1807. O Mosteiro foi abandonado em 1834, após a dissolução das ordens religiosas, e dali também saiu D. Manuel II, para o exílio em Inglaterra. O maior tesouro de Mafra é a Biblioteca com o chão em mármore, estantes rococó e uma colecção de 40.000 livros com encadernações em couro, gravadas a ouro, incluindo uma primeira edição dos Lusíadas impresso em 1572.


Os trabalhos começaram a 17 de Novembro de 1717 com um modesto projecto para abrigar 13 frades franciscanos, mas o dinheiro do ouro do Brasilcomeçou a entrar nos cofres, pelo que D. João V e o seu arquitecto, Johann Friedrich Ludwig que estudara na Itália, iniciaram planos mais ambiciosos.O palácio só era popular para os membros da família real, que gostavam de caçar na tapada. Como já se disse, as melhores mobílias e obras de arte foram levadas para o Brasil, para onde partiu a família real quando das invasões francesas, em 1807. 

Desconhece-se, no entanto, o destino da maior parte desse património, visto que não constam eO mosteiro foi abandonado em 1834, após a dissolução das ordens religiosas. Durante os últimos reinados da Dinastia de Bragança, o Palácio foi utilizado como residência de caça e dele saiu também em 5 de Outubro de 1910 o último rei D. Manuel II para a praia da Ericeira, onde o seu iate real o conduziu para o exílio.

No palácio pode-se visitar, a farmácia, com belos potes para medicamentos e alguns instrumentos cirúrgicos, o hospital, com dezasseis cubículos privados de onde os pacientes podiam ver e ouvir missa na capela adjacente, sem saírem das suas camas. No andar de cima, as sumptuosas salas do palácio estendem-se a todo o comprimento da fachada ocidental, com os aposentos do rei numa extremidade e os da rainha na outra, a 232 m de distância.

Ao centro, a imponente fachada é valorizada pelas torres da basílica coberta com uma cúpula. O interior é forrado a mármore e equipado com seis orgãos do princípio do século XIX, com um repertório exclusivo que não pode ser tocado em mais nenhum local do mundo.

O átrio da basílica é decorado por belas esculturas da Escola de Mafra, criada por D. José I em 1754, foram muitos os artistas portugueses e estrangeiros que aí estudaram sob a orientação do escultor italiano Alessandro Giusti. A sala de caça exibe troféus de caça e cabeças de javalis.

O Palácio possui ainda dois carrilhões, mandados fabricar em Antuérpia por D. João V, com um total de 92 sinos que pesam mais de 200 mil quilos e são considerados dos maiores e melhores do mundo.

Contudo o maior tesouro de Mafra é a biblioteca, com chão em mármore, estantes rococó e uma colecção de mais de 40 000 livros com encadernações em couro gravadas a ouro, incluindo uma segunda edição de Os Lusíadas de Luís de Camões.




Cronologia 

 1712 - Deliberação de D. João V no sentido de se edificar um convento de religiosos da província da Arrábida, no local denominado Alto da Vela; 

1713 - Aquisição dos terrenos; 

1717 - Lançamento da 1ª pedra do edifício, a 17 de Novembro, o qual tinha visto o seu programa alterado (sendo sucessivamente aumentado o nº de religiosos que albergaria, acrescentando-se uma área de residência régia e uma zona hospitalar) e obedecia a um projecto do Arq. João Frederico Ludovice; 

1728 - Conclusão da basílica (à excepção do zimbório), quanto à obra fundamental de arquitectura, lançamento dos alicerces do convento que se destinava então a acolher 300 religiosos; 1729 - Trabalhavam no estaleiro de Mafra 47.836 operários; 

1730 - Realização, em Antuérpia, dos carrilhões da basílica (57 sinos para cada uma das torres), por Nicolau Lepache e Guilherme Withlockx; 

1730 - Sagração da basílica, a 21 de Outubro, os trabalhos prosseguem num ritmo mais lento e sob a direcção do Arq. Custódio Vieira (c. 1690 - 1744); 

1731 / 1733 - Realização em Itália da componente escultórica da basílica (estátuas destinadas à fachada, galilé e a todas as capelas do interior); 

1734 -Inauguração do refeitório conventual; 

1735 - Conclusão de importantes detalhes do zimbório da basílica, sendo a obra exterior do convento também dada por concluída; 

1744 - São considerados concluídos os trabalhos do complexo arquitectónico de Mafra, ainda que muitos pormenores se encontrem por realizar, o convento é então habitado por 342 religiosos, 203 sacerdotes, 45 coristas, 10 noviços, 60 leigos e 24 donatos; 

1750 - Celebração das exéquias fúnebres de D. João V na basílica; 

1754 - celebração das exéquias fúnebres da rainha D. Mariana de Áustria na basílica; 

1755 - Conclusão do retábulo dos Santos Bispos, pelo escultor italiano activo em Portugal Alessandro Giusti (1715 - 1799); 

1765 - Uma descarga eléctrica atinge o zimbório destruindo as colunas de mármore do interior; 1770 - Breve pontifício determinando a ocupação do convento de Mafra por uma comunidade de cónegos regrantes de Santo Agostinho; 

1771 - Os religiosos arrábidos são obrigados a abandonar o convento, o qual passa a ser ocupado pelos cónegos regrantes de Santo Agostinho, que aí assegurarão o funcionamento de um colégio, sob a supervisão do Cardeal da Cunha e que encomendarão ao Arq. Manuel Caetano de Sousa (1742 - 1802) a conclusão da obra da biblioteca; 

1772 - Chegam ao denominado Colégio Real de Mafra 54 alunos; 

1772 - Cerimónia de inauguração do colégio; 

1792 - por determinação de D. Maria I, os agostinhos abandonam Mafra, regressando os arrábidos ao convento; 

1806 / 1807 - O palácio funciona como residência real principal de D. João VI e D. Carlota Joaquina, registando-se variadas obras de beneficiação e redecoração dos interiores do palácio; 

1807 - Conclusão da reconstrução dos 6 órgãos da basílica; 

1807 - Tem lugar na basílica o baptismo da infanta D. Ana de Jesus Maria, filha de D. João VI; 

1808 - Instalação, em parte do edifício, uma pequena fracção do exército aliado inglês; 

1820 - Encerramento do Real Colégio de Mafra, a comunidade arrábida não ultrapassava os 40 religiosos; 

1828 - Retira-se do edifício a fracção do exército inglês aí instalada desde 

1808; 1833 - Fuga da comunidade religiosa, constatando a aproximação das tropas liberais; 

1834 - Com a expulsão das ordens religiosas, o convento de Mafra é incorporado na Fazenda Nacional; 

1835 - A basílica funciona como igreja paroquial da vila; 

1841 - Á excepção dos compartimentos do palácio, da Sala dos Actos, refeitório, cozinha e botica dos religiosos, o edifício de Mafra fica à disposição do Ministério da Guerra (para aproveitamento conforme sua vontade); 

1848 - O Real Colégio Militar é transferido de Carnide para o edifício de Mafra; 

1859 - O Real Colégio Militar deixa Mafra; 

1868 - Depois de apeada é conduzida para o real Museu de Belas-Artes de Lisboa, a grade de ferro da entrada da capela-mor da basílica; 

1870 - O Real Colégio Militar abandona Mafra. 


Site do Convento de Mafra


O Palácio Nacional de Sintra


PA : Monumento Designação : 

Palácio Nacional de Sintra / Palácio da Vila

Localização : Lisboa, Sintra, São Martinho 

Acesso : Lg. Rainha D. Amélia

Enquadramento : Urbano, destacado, isolado por terreiro e escadaria, em posição altimétrica dominante


Descrição : 

De planta complexa organizando-se em V, segundo eixos SO.-E. e NO.-E., o edifício apresenta volumetria escalonada constituída sobretudo por paralelipípedos, sendo a cobertura efectuada por múltiplos telhados diferenciados a 4 águas. Volumetricamente destaca-se ainda o par de altas chaminés cónicas.

O alçado principal, a S., apresenta-se organizado em 3 corpos, sendo o central mais elevado e recuado relativamente aos extremos, sendo visível no seu piso térreo uma arcaria (4 arcos quebrados) encimada, no andar nobre, por 5 janelas maineladas e emolduramento calcário, iluminantes da Sala dos Cisnes. 

O remate deste corpo é efectuado por cornija merloada, tal como a designada ala Manuelina, a E. e ligeiramente recuada em relação a este alçado, desenvolvida em 2 andares ritmados pela abertura de janelas maineladas e emolduramento calcário com abundante decoração vegetalista em relevo. As restantes frentes do edifício (N. e SO.) apresentam uma complexa articulação de corpos salientes e reentrantes, destacando-se, no extremo do alçado N., o volume cúbico da Sala dos Brasões. 

Merecem menção os seguintes compartimentos: Sala dos Archeiros, adaptação coberta de um antigo terraço caracterizado pela presença de 2 planos de um pórtico arquitravado, formando ângulo recto; Sala Moura ou dos Árabes, de planta quadrada, ostentando ao centro do pavimento, de tijoleira, uma fonte e nas paredes, lambril de azulejos polícromos quinhentista;


Sala das Pegas, de planta rectangular, coberta por tecto de masseira ostentando figurações de pegas, reconhecendo-se nos muros revestimento azulejar quinhentista e uma lareira renascentista esculpida, em mármore de Carrara; 

 Sala dos Cisnes, de planta rectangular, coberta por tecto de masseira apresentando painéis octogonais onde se inscrevem figurações de cisnes;

Sala dos Brasões, de planta quadrada, e paredes inteiramente revestidas com painéis de azulejos azuis e brancos figurando cenas galantes e de caça, é coberta por cúpula gomada octogonal (ligada nos ângulos através de trompas curvas) cujo intradorso se encontra compartimentado em painéis ostentando a representação das armas de 72 famílias nobres portuguesas e dos 8 filhos de D. Manuel I, sendo o fecho decorado com as armas reais. 

A Capela, de planta rectangular e nave única, apresentando os muros revestidos por pintura ornamental e tecto de madeira; a cozinha, na qual se reconhecem os arranques octogonais das chaminés monumentais; alguns compartimentos da denominada ala manuelina, ostentando emolduramentos de vãos e lareiras em calcário caracterizadas por decoração relevada.

Temos ainda : a Sala de D. Afonso V (das Duas Irmãs ou das Colunas), a Sala das Sereias ou da Galé, a Sala da Audiência ou de D. Sebastião.

Utilização Inicial : 

Residencial: palácio real 

Utilização Actual : Turística / Cultural 

Propriedade : Pública: estatal 

Afectação : IPPAR, DL 106F/92, de 01 Junho Época Construção : Idade Média, Séc. 16 / 18 / 19

Cronologia :

1385 - D. João I doa o palácio então existente na vila de Sintra a D. Henrique Manuel, conde de Seia; 

1386 - o palácio volta para a posse da coroa, tendo início uma importante campanha de obras da qual data a hoje denominada ala joanina, na qual terá intervido o mestre João Garcia de Toledo; 

1489 - campanha de obras tendo por objectivo aligeirar a massa da construção (constituída por volumes muito opacos) e enriquecer a decoração interior (aplicação dos azulejos andaluzes); 

1505 - 1520 - edificação da denominada ala manuelina; 1508 - tem início a construção da sala dos Brasões; 

1521 - 1555 - durante o reinado de D. João III constroi-se o corpo saliente entre as alas joanina e manuelina, o corpo que arranca do pátio de Diana, o pórtico e a escada elicoidal a ele conducente;

Séc. 17 - sob a orientação do conde de Soure decorrem obras de alteração e ampliação;

1683 - 1706 - durante o reinado de D. Pedro II renovaram-se as pinturas dos tectos de alguns compartimentos;

1755 - importantes obras de restauro no seguimento dos danos causados pelo terramoto e edificação da ala que vai do denominado Jardim da Preta ao pátio dos Tanquinhos; 

1863 - campanha de redecoração de carácter revivalista das janelas do alçado principal; 1969 - estragos provocados pelo sismo 

Tipologia: Arquitectura civil residencial, medieval, gótica, manuelina, renascentista e romântica: palácio real

Caracteristicas Particulares : Exemplo de arquitectura orgânica, com conjunto de corpos aparentemente separados mas fazendo parte de um todo articulado entre si através de pátios, escadas, corredores e galerias. Misto de elementos muçulmanos e europeus. Não se reconhece pelo exterior a multiplicidade de cambiantes arquitectónicas e riqueza ornamental do seu interior.

Dados Técnicos : Paredes autoportantes, estrutura mista

Materiais : Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, mármore, azulejos, estuque pintado, madeira pintada e dourada( Condensado da Informação na Net da DGMN )

Site oficial do Palácio de Sintra
http://pnsintra.imc-ip.pt/

O Palácio Ducal de Vila Viçosa

O Paço Ducal de Vila Viçosa é importante monumento situado no Terreiro do Paço da vila alentejana do distrito de Évora. Foi durante séculos a sede da sereníssimaCasa de Bragança, uma importante família nobre fundada no século XV, que se tornou na Casa Reinante emPortugal, quando em 1 de Dezembro de 1640 o 8ºDuque de Bragança foi aclamado Rei de Portugal (D.João IV).


Vila Viçosa tornou-se sede do importante ducado de Bragança quando D.Fernando (1403-1461) sucedeu a seu pai, tornando-se o 2ºDuque de Bragança, em 1461. Na verdade, o 2º Duque de Bragança recebera de seu avô, o Condestável do Reino, D.Nuno Álvares Pereira, o título de Conde de Arraiolos, pelo que quando chegou a Duque, não quis trocar as planuras alentejanas pelo Paço Ducal de Guimarães. 

Assim se estabeleceram os Bragança em Vila Viçosa, no primitivo Paço do Castelo. Porém, o seu filho, também D.Fernando (3º Duque de Bragança), veio a ser executado em 1483, por ordem deD.João II, acusado de traição, tendo a família sido exilada para Castela, de onde só regressaram em 1496, após a morte do Rei. Uma vez reabilitado o Ducado, o 4º Duque, D.Jaime, não quis habitar o Paço do Castelo, por estar ligado à memória do seu pai, mandando construir um palácio novo, no sítio chamado do Reguengo, assim começou a ser erguido o que é hoje o magnífico Palácio Ducal de Vila Viçosa.

D. Jaime IV

Vila Viçosa tornou-se sede do importante ducado de Bragança quando D.Fernando (1403-1461) sucedeu a seu pai, tornando-se o 2ºDuque de Bragança, em 1461. Na verdade, o 2º Duque de Bragança recebera de seu avô, o Condestável do Reino, D.Nuno Álvares Pereira, o título de Conde de Arraiolos, pelo que quando chegou a Duque, não quis trocar as planuras alentejanas pelo Paço Ducal de Guimarães. Assim se estabeleceram os Bragança em Vila Viçosa, no primitivo Paço do Castelo. 

Porém, o seu filho, também D.Fernando (3º Duque de Bragança), veio a ser executado em 1483, por ordem deD.João II, acusado de traição, tendo a família sido exilada para Castela, de onde só regressaram em 1496, após a morte do Rei. Uma vez reabilitado o Ducado, o 4º Duque, D.Jaime, não quis habitar o Paço do Castelo, por estar ligado à memória do seu pai, mandando construir um palácio novo, no sítio chamado do Reguengo, assim começou a ser erguido o que é hoje o magnífico Palácio Ducal de Vila Viçosa.