quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Pintores portugueses



Nuno Gonçalves ( 1450-72)

Pintor português reconhecido como um dos grandes mestres do século XV. Depois da descoberta em 1882 do seu único trabalho conhecido, a pintura do altar do convento de São Vicente, e depois de 400 anos de anonimato, Nuno Gonçalves foi finalmente reconhecido como o fundador da escola de pintura Portuguesa e um artista de importância Universal. 

Aparentemente Gonçalves foi pintor de D. Afonso V em 1450. Francisco de Holanda nos seus"Dialogues on Ancient Painting "(1548), refere-se a Nuno Gonçalves como uma das"águias" um dos mestres do século XV -- mas o seu nome e trabalhos estavam perdidos na história.

                               Classificação dos painéis

     Pescadores          Frades                          Infante                                          Arcebispo                    Cavaleiros         Relíquia

A sua obra prima para a catedral de Lisboa foi destruída no terramoto de 1755, e a sua outra obra com o tema de São Vicente, o santo patrono de Lisboa e da casa real de Portugal, desapareceu até 1882, quando foi descoberta no convento de São Vicente. Não foi senão em 1931, quando sua obra foi exposta em Paris, que Gonçalves recebeu o reconhecimento internacional que merecia.

O Políptico de São Vicente (hoje no Museu Nacional de Arte Antiga em Lisboa) consiste em seis painéis, dois largos e quatro mais estreitos, dominado pela figura de São Vicente. No maior deles, o "Painel do Infante", o santo é venerado por um grupo de nobres, entre os quais Afonso V. 

No outro "Painel do Arcebispo" ele é rodeado pelos clérigos e cavaleiros. Nesta portentosa galeria de figuras agrupadas numa composição medieval há uma meditação na peregrinação das almas, de cristãos numa viagem de descoberta a volta do santo patrono. Este é o trabalho de um mestre que mostra alguns traços do arte Italiano e flamengo mais que também revela o seus próprios tributos, uma economia de linha, pincelada brilhante, soberba caracterização, e uma maestria de composição, todas unidas e subordinadas a uma visão religiosa do trabalho.

Vasco Fernandes (Grão Vasco )

(Viseu, ~1475 — ~1542), mais conhecido por Grão Vasco, é considerado o principal nome da pintura portuguesa quinhentista. Nasceu provavelmente em Viseu e exerceu sua atividade artística no Norte de Portugal na primeira metade do século XVI.

Grão Vasco
A primeira referência a Vasco Fernandes ocorreu em 1501, quando se iniciou a feitura do grande retráto da capela-mor da Sé de Viseu. Nesses anos, que duraram de 1501 a 1506, Vasco Fernandes trabalhou com o pintor flamengo Francisco Henriques, trata-se de uma obra oficinal colectiva, sendo dificil determinar com rigor o papel que Vasco Fernandes desempenhava.

Mais tarde, entre 1506 e 1511, trabalhou em Lamego pintando o retrato da capela-mor da Sé, nesta obra toma a responsabilidade individual sendo auxiliado por entalhadores flamengos.

Esteve depois em Coimbra (cerca de 1530), onde pintou quatro retrátos para o Mosteiro de Santa Cruz, dos quais sobrou apenas um magnífico Pentecostes na sacristia do mosteiro. Mais tarde instalou-se novamente em Viseu e realizou vários trabalhos, considerados as suas obras mais importantes, para a Sé e o Paço Episcopal do Fontelo, junto com o seu colaborador Gaspar Vaz. 

Vasco Fernandes foi um pintor de transição do Manuelino, pintura flamenga e renascentista à custa do humanista D. Miguel da Silva, que com o seu conhecimento e biblioteca lhe cria influências renascentistas. Além dos traços italianizantes é também a utilização de uma iconografia humanista que mostra o impacto que os ideias de D. Miguel da Silva tiveram sobre a oficina de Viseu.


São Pedro no Museu Grão Vasco em Viseu
A maior parte das pinturas de Vasco Fernandes estão no Museu Grão Vasco, em Viseu, com obras da sua primeira e última fases artísticas. No Museu de Lamego estão cinco das vinte tábuas do retábulo da Sé de Lamego, desmontado no século XVIII. 

Na igreja matriz de Freixo de Espada à Cinta, construída na época manuelina, assim como no Mosteiro de Salzedas, encontram-se outros importantes grupos de pinturas de Vasco Fernandes. Finalmente, na sacristia do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra pode-se apreciar o Pentecostes.


Pentecostes no Mosteiro de Santa Crux em Coimbra
Vasco Fernandes esteve casado duas vezes, a primeira com Ana Correia, e a segunda com Joana Rodrigues, e teve vários filhos. Apesar de essas duas mulheres, tinha uma diferente, todas as noites.

Garcia Fernandes 

Anjo da Anunciação
Garcia Fernandes (Portugal, c.1514 - c. 1565) foi um pintor português do início do século XVI. Foi aluno da Oficina de Jorge Afonso, tendo aí colaborado com outros artistas do períodomanuelino como Gregório Lopes, Cristóvão de Figueiredo, Pero Vaz e Gaspar Vaz. Jorge Afonso tinha-o em alta conta, como se conclui do facto de haver dito ao rei D. Manuel Ique ele poderia vir a ser um novo Francisco Henriques.

Em 1518-1519, juntamente com Gregório Lopes, Cristóvão de Figueiredo e outros, entre os quais sete pintores flamengos, trabalhava nas obras da Relação de Lisboa, sob a chefia de Francisco Henriques. Este mestre teria falecido em 1518, vítima da peste, eGarcia Fernandes comprometeu-se a casar com uma das suas filhas, com que teve, pelo menos, nove filhos, sucedendo Francisco Henriques na chefia da obra da Relação, o que constitui prova de grande prestígio de que já desfrutava. 

Foi-lhe então prometido ser nomeado passavante, mas viu-se preterido nesta pretensão por António de Holanda. Cerca de 1519, já casado, continuava a obra de Francisco Henriques, completando o coruchéu do Limoeiro.

Em 1533-1534, em conjunto com Cristóvão de Figueiredo e Gregório Lopes, e ainda comCristóvão de Utreque, encontrava-se em Lamego, onde produziu três retábulos para oMosteiro de Ferreirim.

Numa petição apresentada em 1540 ao rei D. João III, queixando-se da falta de cumprimento de promessas que lhe haviam sido feitas, diz ter trabalhado nas obras deCoimbra (Mosteiro de Santa Cruz e Universidade de Coimbra), na Igreja de São Franciscoem Évora (três painéis para o transepto), em Leiria, Montemor-o-Novo, além de outras para a Índia e no Retábulo de Santo Elói, em Lisboa.

Manuel André, seu discípulo, diz que ele pintou um quadro na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, de cuja mesa fazia parte em 1521.

Francisco de Holanda

Francisco de Holanda nasceu em Lisboa, filho de António d'Holanda, retratista e iluminador régio de origem flamenga, e de mãe portuguesa pertencente a família aristocrática da época. Começou a sua carreira como iluminista, na sequência daquela que era já a carreira de seu pai,

A Ceia do Senhor - Museu Nacional de Belas Artes
Estudou em Roma (Itália) entre 1538 e 1547, a expensas do rei D. João III, época em que frequentou o grupo de Vitória Colonna, poetisa e personagem notável do renascimento italiano, o que lhe proporcionou o convívio com grandes artistas do seu tempo, como Parmigianino, Giambologna e, principalmente Miguel Ângelo, que nele despertou o fervor pelo classicismo.

Regressando a Portugal, obteve vários auxílios da parte do cardeal-arcebispo deÉvora e dos reis D. João III (1521-1557) e de D. Sebastião (1568-1578).

O ideal estético renascentista exprimiu-se acentuadamente neste artista, que afirmava que o objectivo primordial era o de incentivar a sua íntima originalidade, e depois seguir a lição da natureza (puro espelho do criador) e a lição dos antigos, mestres imortais da grandeza, simetria, perfeição e decoro.

Dotado de uma grande versatilidade intelectual, Francisco de Holanda distinguiu-se pelos seus desenhos da série "Antiguidades de Itália" (1540-1547), pelo seu contributo como instrumento de estudo na reconstituição do património arqueológico dos Romanos e da arte italiana na primeira metade do século XVI, fruto dos desenhos que foi esboçando na sua estadia em Itália.

Notabilizou-se ainda como historiador de arte e foi considerado justamente dos primeiros e maiores críticos da Europa do seu tempo. A paixão pelo classicismo reflectiu-se no seu tratado "Da Pintura Antiga" (1548-1549), que divulga o essencial da obra de Miguel Ângelo e do movimento artístico em Roma na segunda metade do século XVI. 

Esta obra, contudo, só viria a ser tornada pública três séculos mais tarde; dedicada a D. João III, trata, no primeiro livro, de todos os géneros e modos de pintar e, no segundo, consta de diálogos. O respectivo manuscrito pertence hoje à Real Biblioteca de Madrid. Esta obra reveste-se de grande importância para o conhecimento e apreciação da pintura da época e foi em parte através dela que se tornou possível identificar a obra de Nuno Gonçalves.

Diogo Teixeira

Diogo Teixeira (Lisboa, c. 1540 - ?, 1612) foi um importante pintor português do Maneirismo.
Incredulidade de S. Tomé

Trabalhou entre outros lugares na Igreja de Santa Maria da Graça de Santarém  , naIgreja de Nossa Senhora dos Anjos em Lisboa  , na Igreja de Santa Maria em Óbidos  , na Igreja da Misericórdia do Montijo  e na Ermida do Espírito Santo em Caldas da Rainha, onde executou um retábulo em parceria com seu discípulo Belchior de Matos  . 

A Sé de Portalegre tem obras atribuídas à sua oficina  e o Museu de Arte Sacra deArouca preserva outras em sua coleção 
Lista dos locais das suas obras:

  1.  Igreja de Santa Maria da Graça de Santarém
  2. Ir para cima Igreja Paroquial de Nossa Senhora dos Anjos. IGESPAR
  3. Ir para cima Santa Maria, Óbidos
  4. Ir para cima Igreja da Misericórdia do Montijo. IGESPAR
  5. Ir para cima Ermida do Espírito Santo em Caldas da Rainha. IGESPAR
  6. Ir para cima Sé de Portalegre. IGESPAR
  7. Ir para cima Museu de Arte Sacra de Arouca. Portal D'Aveiro

Josefa de Óbidos, 

Nascida Josefa de Ayala Figueira (Sevilha, Fevereiro de1630 — Óbidos, 22 de Julho de 1684 (54 anos)), foi uma pintora nascida na Espanha que viveu e produziu em Portugal.

Biografia

Era filha de Baltazar Gomes Figueira, pintor português natural de Óbidos, com obra em Évora, que fora trabalhar em Sevilha, onde veio a desposar D. Catarina de Ayala Camacho Cabrera Romero, natural da Andaluzia. Foi apadrinhada pelo pintor, Espanhol, Francisco Herrera, El Viejo.

Em 1634, quando tinha apenas quatro anos de idade, os pais de Josefa regressam a Portugal, onde vieram a se estabelecer na Quinta da Chapeleira, em Óbidos, quando a menina já tinha seis anos de idade. Ali a menina se educou, manifestando desde cedo, vocação para a pintura e para a gravuraem metal, em lâminas de cobre e prata, num género denominado comopontinho.
Natividade
Foi especialista na pintura de flores, frutas e objectos inanimados. A influência exercida pelo barroco tornaram-na uma artista com interesses diversificados, tendo-se dedicado, além da pintura, à estampa, à gravura, à modelagem do barro, ao desenho de figurinos, de tecidos, de acessórios vários e a arranjos florais.

Em 1653, aos 19 anos de idade, fez a gravura da edição dos Estatutos de Coimbra. Trabalhou em seguida como pintora para diversos conventos e igrejas. Na Capela do Noviciado do Convento de Varatojo havia uma excelente Nossa Senhora das Dores e, no coro, um Menino Jesus, quadros que lhe são atribuídos. Havia quadros seus no Mosteiro de Alcobaça, no Mosteiro da Batalha, em Vale Bem-Feito no Mosteiro de São Jerónimo, em Évora, onde existe um Cordeiro engrinaldado de flores, que passa por ser um dos seus melhores trabalhos.

Como retratista da Família Real Portuguesa, destacam-se os seus retratos da rainha D. Maria Francisca Isabel de Saboia, esposa deD. Pedro II, e de sua filha, a princesa D. Isabel, que foi noiva de Vítor Amadeu, duque de Saboia, a quem esse retrato foi enviado.

A Academia de Belas Artes também possui um quadro de Josefa de Óbidos. Tendo vivido quase sempre na Quinta da Capeleira, a sua reputação que granjeou era de tal ordem que muitos dos que iam tornar banhos às Caldas da Rainha, se desviavam de seu caminho, para irem a Óbidos cumprimentá-la. O seu irmão Barnabé de Ayalla também foi pintor.

Vieira Lusitano

Francisco de Matos Vieira (Lisboa, 4 de Outubro de 1699 — Lisboa, 13 de Agosto de 1783), mais conhecido por Vieira Lusitano, foi um pintor, ilustrador e académico de mérito da Academia de São Lucas, de Roma. Foi cavaleiro professo na Ordem de Santiago da Espada, pintor histórico da Casa Real Portuguesa e ilustrador de múltiplas obras coevas. Depois de ter estudado em Roma e de uma complicada história amorosa, acabou por falecer no Convento do Beato António, em Lisboa.
D. Lourenço de Lencastre

Foi o terceiro filho de Francisco Vieira de Matos (fabricante de meias) e de Antónia Maria. Estava destinado pela sua família à carreira eclesiástica, mas desde criança revelou tal vocação para o desenho. 

Tanto parecia que as belas artes o atraíam, e que nelas poderia alcançar de futuro um grande nome, que aquela resolução foi posta de parte.

Uns fidalgos da Quinta da Boavista, situada em Carnide, próximo do Mosteiro de Nossa Senhora da Luz, onde funcionavam algumas academias literárias, quiseram conhecê-lo, e o pai lá foi apresentá-lo. 

Nessa quinta é que Francisco de Matos Vieira se encontrou com uma menina, Inês Helena de Lima e Melo, que foi a sua primeira e única paixão, e por causa da qual muito havia de sofrer toda a vida. Esse amor que foi desabrochando por entre os brinquedos infantis, havia de atormentá-lo, depois, até ao fim da vida.

Entretanto, em Lisboa estudou humanidades e pintura, talvez com André Gonçalves. Vieira Lusitano ia fazendo progressos no desenho, e o Marquês de Abrantes, D. Rodrigo Anes de Sá Almeida e Meneses, que viu alguns desses trabalhos, e estava nomeado embaixador em Roma, propôs-lhe levá-lo consigo e protegê-lo, para que ele pudesse aperfeiçoar-se na arte, para que mostrava tão evidente vocação. 

A família de Vieira Lusitano aceitou a proposta, e a criança foi estudando regularmente, até que a 16 de Janeiro de1712 saiu de Lisboa na companhia do diplomata português com destino à capital italiana. O navio que o conduzia sofreu um violento temporal defronte de Cartagena, mas felizmente chegou a porto de salvamento.

Estadia em Roma

Em Roma foi discípulo de Benedetto Lutti, e seguindo as indicações deste professor, estudou os quadros dos Caraches da Galeria dos Farnésios, frequentou as academias noturnas, e procurou com grande ardor aproveitar utilmente e tempo, mas o Marquês de Abrantes lembrou-se de o distrair desses trabalhos encarregando-o de lhe fazer desenhos de todos os festejos e funções religiosas que se efetuavam em Roma, de todos os ornamentos e peças que serviam de adorno aos altares da Basílica de S. Pedro, do museu do cardeal de Alpedrinha, e satisfeitas todas estas vontades, ainda o Marquês de Abrantes o mandou copiar os panos de Arrás, os candelabros, os móveis e tudo quanto guarnecia a sala principal do palácio da embaixada, bem como tirar um desenho da sua carruagem.
D, Maria I

Nesta altura estava o diplomata português quase em vésperas de regressar a Portugal, e queria trazer consigo e seu protegido, ao qual comunicou a sua intenção. 

Vieira Lusitano recebeu grande desgosto ao saber de tal ideia, porque na verdade, pouco aproveitara com a sua estada em Roma, e pediu-lhe para se demorar mais algum tempo, por ser o seu ardente desejo aperfeiçoar-se na pintura. 

O Marquês de Abrantes não gostou do pedido, e parece mesmo que tratou desabridamente o seu protegido; afinal, reconhecendo que o pedido era razoável, deixou-o ficar em Roma, e Vieira ali se demorou mais dois anos, entregando-se então com todo o ardor ao estudo, e tendo Francesco Trevisani por mestre. 

Tomando parte num concurso da Academia de S. Lucas, ganhou o prémio com um trabalho em que representou a conhecida cena de Noé embriagado diante de seus filhos, sendo ele o primeiro português que em Roma alcançou tão sabida honra.

Regresso à Pátria

Voltando à pátria desanimado por não ter conseguido do pontífice aquilo que tanto ambicionava, entendeu-se com sua mulher e com ela deliberou levar a efeito o projeto, saltando embora por cima de todas as leis civis e eclesiásticas. Em 1528, arranjou meio de lhe chegar às mãos um fato completo de homem, e um dia, ao anoitecer, D. Inês saiu da sua cela, passou em frente da abadessa, que não a reconheceu com aquele disfarce, e saiu do mosteiro para se encontrar com seu marido, e assim no fim de tantos anos de trabalhos e de amarguras puderam unir-se os dois estremecidos esposos. Não tardou que a fuga de Inês fosse conhecida no convento, e os parentes, ao saberem do facto, logo juraram que Vieira Lusitano não ficaria impune.
D. Francisca Doroteia

Um irmão da ex-reclusa constituiu-se em vingador da honra da família supostamente ultrajada, e esperando o pintor próximo, da rua das Pretas, desfechou sobre ele um tiro de pistola, que o feriu gravemente. 

Algum tempo depois, Vieira Lusitano achando-se restabelecido, foi pedir a D. João V justiça contra o seu traiçoeiro agressor, mas o monarca não o atendeu, porque influencias poderosas evitaram que a justiça procedesse; o criminoso saiu do reino livremente, e passados anos, caindo em miséria, viu-se na dura necessidade de ir mendigar o pão àquele mesmo que tentara assassinar. 

No entretanto, Matos Vieira, temendo algum novo insulto, retirou-se por algum tempo para o Convento dos Paulistas, onde em 1730 e 1731 pintou uns famosos eremitas para o cruzeiro da igreja, e depois resolveu, para viver sossegado, uma nova viagem a Roma, mas chegando a Sevilha em 1732 trabalhou para Filipe V de Espanha, sendo dali chamado, um ano mais tarde, a Lisboa, e voltando a esta cidade, foi nomeado pintor do rei com o ordenado mensal de 60$000 reis e as obras pagas. 
Santo Agostinho.Calcando a Heresia
Esteve em Mafra, onde enviuvou em 1775, e cheio de desgosto pela perda da sua estremecida companheira, abandonou a pintura, e foi viver para o Convento Beato António, passando ali os últimos anos da sua existência. Recebeu a ordem de cavaleiro de S. Tiago, no ano de 1744.

Miguel Lupi

Antonio J. Ávila
Miguel Ângelo Lupi nasceu em Lisboa, a 8 de Maio de 1826, filho de Francisco Lupi (de origem italiana) e de Maria Soriana do Carmo1 . Mostrando desde cedo vocação para as artes visuais, matriculou-se na Academia de Belas Artes de Lisboa em 4 de Fevereiro de 1811, cursando desenho histórico.

Aluno talentoso, foi premiado nos anos lectivos de 1841 a 1843. Terminados os estudos, apesar do seu brilhantismo, não conseguia viver apenas da sua produção artística, pelo que em Maio de 1849 obteve emprego na Imprensa Nacional de Lisboa, como amanuense da contadoria.

Permaneceria naquelas funções, sem prejuízo de continuar a pintar, até Abril de1851, data em que se transferiu para o lugar de contador na Junta de Fazenda da Província de Angola, em Luanda, para onde partiu a tomar posse do seu novo emprego. Permaneceu naquela cidade até 1853, exonerando-se do lugar a 27 de Setembro do mesmo ano, regressando, então, a Lisboa.
Galanteria

Mantendo-se empregado na Administração Fiscal, em 12 de Outubro de 1855 foi nomeado Aspirante de 2.ª Classe da Repartição de Fazenda do Distrito do Porto. Apesar do decreto que o nomeara, nunca chegou a exercer o lugar, pois foi transferido a 24 do mesmo mês para Aspirante de 2.ª Classe da Direcção do Tribunal de Contas, em Lisboa. 

Ali permaneceu, sendo por decreto de 26 de Agostode 1859 nomeado Amanuense do mesmo Tribunal.

Miguel Lupi, apesar de exercer as funções de Funcionário Administrativo, não largara nunca o pincel e a paleta, continuando a pintar. Funcionário do Tribunal de Contas, foi encarregado, em finais de 1859, de pintar o retrato do Rei D. Pedro V para a Sala de Audiências daquela instituição, obra que ainda se mantém numa das suas salas. 

Face ao sucesso do retrato, e ao reconhecimento, como artista, que essa obra lhe granjeou, entre as altas esferas do Estado, o Governo de então resolveu conceder-lhe uma pensão, para que estudasse pintura em Itália, decisão que foi acolhida com geral aplauso.

Vasco da Gama . Esboceto
Finalmente, aos 34 anos de idade, já munido dessa bolsa governamental, Miguel Ângelo Lupi pôde dedicar-se por inteiro à pintura. Partiu, em 1860, para Roma, onde estudou pintura com os melhores mestres italianos da época. 

Como acontecia naquela época com os artistas que iam a Itália para aperfeiçoamento e aprendizagem, Miguel Lupi treinou, copiando obras de artistas famosos, comoTiciano, Corregio, Andrea del Sarto e Diego Velazquez. Permaneceu naquela cidade até Novembro de 1863, altura em que regressou a Lisboa.

Alfredo Keil

Alfredo Cristiano Keil (Lisboa, 3 de Julho de 1850 — Hamburgo, 4 de Outubro de 1907) foi um compositor de música, pintor, poeta, arqueólogo ecoleccionador de arte português. Keil é conhecido como o compositor do hino nacional português (A Portuguesa).

Alfredo Cristiano Keil era filho do alfaiate alemão, Hans-Christian Keil, (mais tarde João Cristiano Keil) e da alsaciana, Maria Josefina Stellflug, ambos de origem alemã e radicados em Portugal. Sua educação básica deu-se igualmente na Alemanha, berço do romantismo. Esta foi, talvez, uma das razões pelas quais o artista seguia a reboque das novas tendências, já estabelecidas na Europa.

Estudou desenho e música em Nuremberga, numa academia dirigida pelo pintor Wilhelm von Kaulbach e August von Kreling. Em 1870, devido à guerra Franco-Prussiana, regressa a Portugal. Em 1890, o ultimato inglês a Portugal ofereceu a Alfredo Keil a inspiração para a composição do canto patriótico "A Portuguesa", com versos de Henrique Lopes de Mendonça. A cantiga tornou-se popular em todo o país e seria mais tarde feita hino nacional de Portugal - A Portuguesa.

Pintor do romantismo, numa época em que a arte mundial ia em direcção do realismo. Músico e compositor lírico, escritor e poeta, Keil não era um pintor de tempo integral, embora também não fosse um artista de fins-de-semana, pois pintava regularmente e deixou centenas de quadros com impressão fina e delicada, de excelente qualidade.

Principais trabalhos

Era um pintor de paisagens, mas também de interiores requintados, como o quadro Leitura de uma Carta, trazido a público em 1874 e recebido com entusiasmo, tanto pela aristocracia ainda dominante, como pelos burgueses endinheirados, a quem a arte singela do romantismo sensibilizava mais fortemente

Leitura de uma carta - Alfredo Keil
O seu trabalho encontrou e conquistou um apreciável segmento do mercado. Em 1890, realizou uma exposição individual em Lisboa, bastante concorrida, na qual expôs cerca de trezentos quadros. Foi a consagração em seu país, após o reconhecimento que lhe fora dado por outros países.

Em 1878, inscreveu-se na Exposição Internacional de Paris; em 1879, esteve no Brasil, expondo no Salão Nacional de Belas-Artes, onde conquistou medalha de ouro; em 1886, participou da Exposição de Madrid, recebendo a Condecoração da Ordem de Carlos III de Espanha.

Silva Porto

Sila Porto - Auto-retrato
António Carvalho da Silva (Porto, 11 de Novembro de 1850 - Lisboa, 1 de Junho de1893 (42 anos)) foi um pintor português que mais tarde adoptaria para apelido o nome da sua cidade natal, ficando conhecido por Silva Porto  .

Estudou na Academia Portuense de Belas Artes, estagiou em Paris (1876-1877) e emItália (1879). Em 1879 regressou a Portugal. Aureolado de prestígio, foi convidado para ensinar na Academia de Lisboa como mestre de Paisagem.

Em 1880 realiza uma exposição de quadros paisagísticos inundados de luz, tendo D. Fernando adquirido o quadro Charneca de Belas. 

Cabeça de menina
Fez parte do chamado Grupo do Leão, juntamente com António Ramalho, João Vaz, José Malhoa, Cesário Verde, Columbano e Rafael Bordalo Pinheiro.

Entre outros galardões, recebeu a medalha de ouro da Exposição Industrial Portuguesa de 1884 e a primeira medalha do Grémio Artístico.

A sua pintura, cheia de luz e cor, é sobretudo inspirada na própria Natureza. É tido como um dos fundadores do naturalismo em Portugal.

Encontra-se largamente representado no Museu do Chiado, em Lisboa, e no Museu Nacional de Soares dos Reis no Porto.

Existe uma rua em sua honra, com o seu nome, na freguesia de Paranhos, Porto e o Parque Silva Porto na freguesia de Benfica, Lisboa.


Columbano Bordalo Pinheiro


Pintor português, nascido em 1857, em Almada, Columbano Bordalo Pinheiro pertencia a uma família ligada às artes e era irmão de Rafael Bordalo Pinheiro. É considerado o pintor mais significativo dos finais do século XIX. Foi aluno de seu pai, Manuel Maria Bordalo Pinheiro, de Miguel Ângelo Lupi e de Simões de Almeida.

Grupo do Leão está no Museu do Chiado
Parte para França em 1881, descobrindo a obra de Degas e Manet, mas também a de Courbet e Deschamps. Foi professor da Escola de Belas-Artes de Lisboa e director do Museu Nacional de Arte Contemporânea, vindo a falecer em 1929.

Bulhão Pat

Embora frequentando os naturalistas, os temas do amor pela Natureza não o atraiam, conservando-se essencialmente como um retratista, influenciado pela escola flamenga e pela vertente sombria dos mestres espanhóis. Em Concerto de Amadores (1882), uma obra da juventude, apresenta já as linhas de força que virão a ocupar o sentido plástico do seu espaço pictural.

Maria Cristina Bordalo Pinheiro
Os castanhos e os negros imperam, o tratamento do claro-escuro acentua a encenação dramática. O retrato de D. José Pessanha(1885) constitui uma variação de ocres e cinzentos e toda a composição assume uma postura sabiamente informal.

Columbano foi uma testemunha angustiada do quadro político-social dos finais do século. O Retrato de Antero de Quental (1889) parece profetizar o fim próximo do poeta-filósofo, ao mesmo tempo que simboliza toda a geração dos "Vencidos da Vida".

José Vital Branco Malhoa 

(Caldas da Rainha, 28 de Abril de 1855– Figueiró dos Vinhos, 26 de Outubro de 1933. Pintor e professorportuguês, conhecido como José Malhoa. Com apenas 12 anos Malhoa entrou para a escola de Belas Artes, onde todos os anos ganhou o primeiro prémio, devido às suas enormes faculdades e qualidade artísticas.

Festejando o São Martinho
Realizou inúmeras exposições, tanto em Portugal como no estrangeiro, designadamente em Madrid, Paris e Rio de Janeiro. Foi pioneiro do Naturalismo em Portugal, tendo integrado o Grupo de Leão.

José Malhoa destacou-se também por ser um dos pintores portugueses que mais se aproximou da corrente artística Impressionista.

Foi o primeiro presidente da Sociedade Nacional de Belas Artes e foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem de Santiago. Em1933, ano da sua morte, foi criado o Museu de José Malhoa nasCaldas da Rainha.

Em 1881 deixou o comércio para se dedicar inteiramente a arte. O primeiro trabalho, que lhe ofereceram, foi o de pintar o tecto da sala de concerto no Conservatório Real de Lisboa. Algum tempo depois pintou o da sala do Supremo Tribunal de Justiça de Lisboa. Desde então tornaram se numerosos os trabalhos do distinto artista, em que se nota o tecto da sala de jantar do palácio do Sr. conde de Burnay e o dos aposentos do senhor infante D. Afonso. 

O Fado
Na pintura histórica tem o grande quadro O último interrogatório do marquês de Pombal, e o esboceto apresentado no concurso que a câmara municipal de Lisboa abriu em 1887 para um quadro representando A partida de Vasco da Gama para a Lídia, esboceto que recebeu a primeira classificação entre os concorrentes, sendo nessa ocasião Malhoa agraciado com o grau de cavaleiro da ordem de Cristo por decreto de 19 de Abril de 1888.

Praia das Maçãs
São deste apreciado artista os retratos D'el-rei D. Carlos que estão nas salas do Tribunal do Comércio e do Tribunal de Contas; um retrato do príncipe real D. Luís Filipe, um da filha do Sr. Henrique Sauvinet, os de D. Luísa de Almedina e de Isaac Abecassis. Nos seus quadros também se contam numerosas paisagens, cenas rústicas, cuidadosa mente estudadas, costumes pitorescos de aldeia, como o Viático ao termo e a Missa das seis; alguns quadros de género, como o Primeiro cigarro, que pertence ao Sr. infante D. Afonso, e um grupo de veteranos fazendo a Descrição da batalha: de Asseiceira, etc.
Clara

Em todas as exposições de Belas Artes do Porto, etc., José Malhoa têm exposto quadros seus, obtendo sempre as mais altas classificações. Também tem concorrido a exposições no estrangeiro, como Liverpool, Madrid, Paris, Rio de Janeiro, S. Petersburgo e Berlim, onde alcançou a segunda medalha.

José Malhoa tem as honras de académico de mérito da Academia de Belas Artes, e além de cavaleiro de Cristo, é cavaleiro da ordem de Malta, e da de Isabel a Católica, de Espanha. Possui a medalha de prata da Cruz Vermelha. 

Em 17 de Abril de 1906 el-rei D. Carlos I visitou o atelier de José Malhoa, onde foi admirar os trabalhos destinados à sua exposição no Gabinete de Leitura no Rio de Janeiro, para que fora convidado.

El-rei demorou se analisando todas as telas, fazendo sobre cada quadro uma apreciação muito lisonjeira. 


Amadeo de Souza-Cardoso

Amadeo de Souza-Cardoso (Manhufe, freguesia de Mancelos, Amarante, 14 de Novembro de 1887 – Espinho, 25 de Outubro de 1918) foi um pintor português.

Pertencente à primeira geração de pintores modernistas portugueses , Amadeo de Souza-Cardoso destaca-se entre todos eles pela qualidade excecional da sua obra e pelo diálogo que estabeleceu com as vanguardas históricas do início do século XX. "O artista desenvolveu, entre Paris e Manhufe, a mais séria possibilidade de arte moderna em Portugal num diálogo internacional, intenso mas pouco conhecido, com os artistas do seu tempo".
Saut du Lapin (Salto do coelho), 1911, óleo sobre tela, 

 A sua pintura articula-se de modo aberto com movimentos como o cubismo ofuturismo ou o expressionismo, atingindo em muitos momentos – e de modo sustentado na produção dos últimos anos –, um nível em tudo equiparável à produção de topo da arte internacional sua contemporânea.

A morte aos 30 anos de idade irá ditar o fim abrupto de uma obra pictórica em plena maturidade e de uma carreira internacional promissora mas ainda em fase de afirmação. Amadeo ficaria longamente esquecido  ,dentro e, sobretudo, fora de Portugal: "O silêncio que durante longos anos cobriu com um espesso manto a visibilidade interpretativa da sua obra […], e que foi também o silêncio de Portugal como país, não permitiu a atualização histórica internacional do artista"; e "só muito recentemente Amadeo de Souza-Cardoso começou o seu caminho de reconhecimento historiográfico".

Filho de Emília Cândida Ferreira Cardoso e José Emygdio de Sousa Cardoso, Amadeo de Souza-Cardoso nasce em Manhufe, Amarante, "numa família de boa burguesia rural, poderosa e de muita religião, entre nove irmãos […]. Seu pai era uma espécie de «gentleman farmer», vinhateiro rico, de espírito prático, desejando educar eficientemente os filhos".

Sem título, 1913, óleo sobre tela

Estuda no Liceu Nacional de Amarante e mais tarde em Coimbra. Em 1905 ingressa no curso preparatório de desenho na Academia Real de Belas-Artes, em Lisboa; e em Novembro do ano seguinte (no dia em que celebra o seu 19º aniversário), parte para Paris, instalando-se no bairro de Montparnasse, famoso ponto de encontro de intelectuais e artistas, onde irá viver todos os anos de permanência nessa cidade (1907 – 1914). 

Ao longo desses 8 anos regressará, no entanto, diversas vezes a Portugal para estadias mais ou menos breves.

Estabelece contacto com outros artistas portugueses a residir em Paris, entre os quais Francisco Smith, Eduardo Viana e Emmerico Nunes. Frequenta os ateliês de Godefroy e Freynet com o intuito de preparar a admissão ao curso de arquitetura, projeto que abraça, em parte para responder às expectativas familiares, mas que acaba por abandonar. Publica caricaturas em periódicos portugueses como O Primeiro de Janeiro (1907) e a Ilustração Popular (1908 – 1909).


O início da sua atividade como pintor data provavelmente de 1907. No ano seguinte conhece Lucie Meynardi Pecetto, com quem viria a casar-se sete anos mais tarde. 

Em 1909 frequenta as aulas do pintor Anglada-Camarasa na Académie Vitti e mais tarde as Academias Livres.

O ano seguinte à sua partida para Paris "terá sido um ano de choque", um ano de revelação, marcando o início da sua atividade como pintor  , embora as suas primeiras pinturas conhecidas datem dos anos imediatos; trata-se ainda de exercícios, de escala reduzida, "pequenas «pochades» de impressão, como toda a gente fazia"  , onde representa interiores de cafés ou paisagens de forma mais ou menos convencional. 

Se muitas destas obras revelam hesitação, a lição de Cézanne informa já algumas das paisagens mais bem-sucedidas.

José Sobral de Almada Negreiros

Nasce em S. Tomé e Príncipe, em 7 de Abril de 1893, filho do tenente de cavalaria António Lobo de Almada Negreiros e de sua mulher Elvira Sobral, que morre em 1896. Com sete anos Almada Negreiros entra como aluno interno no Colégio Jesuíta de Campolide. Aos doze anos dedica-se já às letras e ao desenho. 

Com a revolução de 1910 o Colégio dos Jesuitas é extinto e Almada vai para o Liceu de Coimbra. Em 1911 ingressa na Escola Internacional em Lisboa. Em 1913 publica o primeiro desenho n’A Sátira - . No mesmo ano faz a primeira exposição individual. São cerca de 90 desenhos.


Fernando Pessoa escreve uma crítica à exposição. Quando Almada o aborda, responde-lhe que não percebe nada de arte. Nasce a amizade.Entretanto Almada não pára. Colabora em várias publicações. Faz ilustrações. Escreve a primeira poesia. Desenha o primeiro cartaz. Junta-se com outros artistas.

Em 1915 sai o primeiro número da revista ORPHEU. Júlio Dantas deprecia o trabalho. Reacções à inovação. A I Guerra Mundial assola a Europa. Muitos artistas portugueses regressam a Portugal: Amadeu Sousa Cardoso, Guilherme Santa Rita, Eduardo Viana, são alguns deles. Outros são refugiados: Sonia e Robert Delaunay.

Amadeu decide sair do isolamento em Manhufe. Em 1916 faz duas exposições em Lisboa e Porto. Almada escreve no prefácio da exposição: "Amadeu de Sousa Cardoso é o documento conciso da Raça Portuguesa do séc. XX". É o modernismo da arte portuguesa. O movimento não pára: nas letras e nas artes. Portugal está no século XX. 

O Povo completo será aquele que tiver reunido no seu máximo todas as qualidades e todos os defeitos. Coragem Portugueses, só vos faltam as qualidades. Em 1918 morrem Amadeu e Santa Rita. Almada decide ir para Paris no ano seguinte. Não procura os mestres. Mas faz procuras. "Eu gosto de procurar sozinho para me encontrar com todos". Vive numa mansarda na Rue de Notre Dame de Lorette. Para viver trabalha como dançarino de salão, bailarino numa boite, empregado de fábrica.


Regressa a Lisboa em 1920. Dedica-se essencialmente ao desenho. Faz capas de livros, cartazes, desenhos humorísticos. Escreve textos. Sempre a multiplicidade. 

O café A Brasileira é o ponto de encontro de artistas. Possui um espaço que destina aos quadros de artistas. Em 1925 é a vez de Almada. Dois painéis são expostos. Num deles o auto-retrato, entre amigos. 

Em 1927 vai para Madrid. Colabora em várias publicações espanholas, Cronica, La Farsa entre outras. Escreve El Uno, tragédia de la Unidad - obra composta de duas peças que dedica à pintora Sarah Afonso. Há-de vir a ser sua mulher.


Ainda em Espanha colabora com arquitectos. Faz murais na Cidade Universitária de Madrid, nos cinemas Barceló e San Carlos e no Teatro Muñoz Seca. Estas duas últimas obras hão-de desaparecer durante a guerra.

Em Espanha, prenúncios de agitação. Melhor será regressar à Pátria.

Portugal vive agora o início do Estado Novo. Salazar já está já no governo. Aposta-se nas grandes obras públicas. Tudo deve ser útil e mostrar o prestígio do Estado. Aposta-se sobretudo na escultura e na arquitectura. É aquilo que todos vêem. António Ferro, um jornalista, é o grande divulgador destes ideais. Tudo deve ter "ordem e equilíbrio". O Governo apoia esta pequena abertura, controlando-a. 

É criado o SPN - Secretariado da Propaganda Nacional. São instituídos prémios nas várias áreas artísticas. Com estes meios o poder chama para junto si alguns artistas portugueses.

Em 1933 Almada elabora o cartaz para o SPN: Votai uma nova Constituição. No ano seguinte casa com Sarah Afonso. Mais tarde hão-de ter um filho: José. Almada pinta Maternidade.

Em 1938 conclui os vitrais da Igreja de Nossa Senhora de Fátima. O público não aprecia. Almada não se incomoda. No ano seguinte morre-lhe o pai em Paris. Há muito que o tempo marcara a distância. Almada é encarregado de fazer os vitrais para o Pavilhão da Colonização. Da sua autoria são também os cartazes Duplo Centenário e Festas do Duplo Centenário.Muitos acham estranha esta colaboração. Tanto mais que à Comissão executiva preside Júlio Dantas. É o vício de comer todos os dias. Em contrapartida, não se pode deixar de reconhecer um grande artista. O SPN e António Ferro sabem-o. Organizam-lhe uma exposição sobre os trinta anos de desenho.


Depois será a atribuição do prémio Columbano pela sua tela Mulher. É o reconhecimento como Mestre. Estado continua com as grandes obras. Querem-se úteis e populares.

As Gares Marítimas de Alcântara e da Rocha são locais onde todos os dias passa o povo que trabalha. Os painéis devem mostram aquilo que ele faz, aquilo que sente. 

O grande engenheiro do Estado Novo, Duarte Pacheco não aprecia o modernismo de Almada Negreiros nesses painéis. Queixa-se a Salazar. Este diz-lhe que é economista e não percebe nada de Arte, e que ele engenheiro, também não, que seja António Ferro a decidir. E os painéis ficaram.

Almada não pode parar. O trabalho é uma constante. Em todas as áreas se vê o Mestre. O azulejo e a tapeçaria merecem também a sua atenção. No final da década de 40 dedica ainda algum tempo ao desenho de figurinos para o bailado Mefisto Valsa.

O estudo é aquilo que Almada não deixa nunca de fazer. Com os seus textos, publicados ou não, Almada procura o conhecimento, o saber. Em 50 publica "A chave diz: faltam duas tábuas e meia de pintura do todo na obra de Nuno Gonçalves". Há muito que o mestre vem estudando os painéis. 

Não deixará o tema. Faz propostas sobre a hipótese de uma nova reorganização do painel. Controvérsias para obra tão importante. Continua a provocar. Nunca deixará de o fazer até ao fim.


Em 54, o Restaurante Irmãos Unidos encomenda-lhe uma tela. Inicialmente a pintura chama-se Lendo Orpheu. É o retrato de Fernando Pessoa, uma certa forma de homenagem. Um dia a obra há-de ser leiloada e causar surpresas. Outras histórias.

Em 59 o SNI atribui-lhe o "Prémio Nacional das Artes". Galardão que não serve para calar o mestre. No mesmo ano Almada assina um protesto público pela nomeação de Eduardo Malta para Director do Museu de Arte Contemporânea. Nunca o Mestre será moldado. Continua a dizer o que pensa, mesmo que o poder não goste. É ainda o menino com olhos de gigante.


O Estado sabe que não convém hostilizar o Mestre. Tanto mais que Almada é um artista reconhecido, homenageado. Melhor será partilhar a opinião geral. Decidem nomeá-lo procurador à Câmara Corporativa na subsecção de Belas- Artes. No ano seguinte propõem-lhe, e aceita, o Grande Oficialato da Ordem de Santiago Espada.

Almada não pode parar. O trabalho é uma constante. Em todas as áreas se vê o Mestre. O azulejo e a tapeçaria merecem também a sua atenção. No final da década de 40 dedica ainda algum tempo ao desenho de figurinos para o bailado Mefisto Valsa.

O estudo é aquilo que Almada não deixa nunca de fazer. Com os seus textos, publicados ou não, Almada procura o conhecimento, o saber.

Em 50 publica "A chave diz: faltam duas tábuas e meia de pintura do todo na obra de Nuno Gonçalves". Há muito que o mestre vem estudando os painéis. Não deixará o tema. Faz propostas sobre a hipótese de uma nova reorganização do painel. Controvérsias para obra tão importante. Continua a provocar. Nunca deixará de o fazer até ao fim.

Almada tem 75 anos. A vitalidade ainda perdura. Executa o painel Começar para o átrio da Fundação Calouste Gulbenkian e os frescos para a Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra.

Em 1970 o Retrato de Fernando Pessoa é leiloado. Almada assiste ao leilão. O preço atingido, 1300 contos, causa admiração. Nunca um pintor português conseguira tal proeza.

No mesmo ano assina o acordo para a publicação do primeiro volume das suas Obras Completas. Em Junho dá entrada no Hospital de S. Luís dos Franceses. No dia 15 morre. No mesmo quarto onde morrera Fernando Pessoa.

Abel Manta  

Pintor contemporâneo, nasceu em Gouveia em 12 de Outubro de 1888 e faleceu em Lisboa em 9 de Agosto de 1982. Frequentou a Escola de Belas-Artes de Lisboa, onde cursou a cadeira de pintura, e em 1919 partiu para Paris, tendo vivido nesta cidade alguns anos consecutivos.



Fez vária viagens de estudo pela Europa, principalmente em Itália, onde o chamavam as obras dos grandes pintores renascentistas, e em particular os "frescos". Tem obras da sua autoria no Museu Nacional de Arte Moderna e Contemporânea, assim como noutros museus portugueses, incluindo na sua própria terra natal em Gouveia. 

A sua obra destaca-se entre as obras dos nossos modernos pintores por uma grande finura de cor, na qual o artista nos dá a medida do seu talento e ao mesmo tempo delicado gosto. Realizou retratos de Aquilino Ribeiro, Paiva Couceiro, Teófilo Russel, René Bohet, Bento de Jesus Caraça, em que se revelam as suas grandes e sólidas qualidades de pintor. São igualmente notáveis os seus quadros de paisagem, pela frescura e pela flagrante impressão de realidade que dão.

Em 1965 , a Sociedade de Belas- Artes promoveu a consagração deste pintor através de uma retrospectiva, onde figuraram muitas das suas obras, entre as quais algumas das mais recentes: "Manhã no Tejo" de 1951, "Largo de Camões" de 1955 e "Tejo" datada de 1957. 

Académico honorário da Academia de Belas-Artes, foi distinguido com a comenda da Ordem de Santiago de Espada em 1979.

Foi professor de Desenho de Figura na Escola de Artes Decorativas António Arroio, durante vários anos, onde o autor deste blog teve o privilégio de ser seu aluno.





Lino António da Conceição

Lino António da Conceição (Leiria, 26 de Novembro de 1898 — Lisboa, 23 de Outubrode 1974) foi um pintor português, possivelmente aquele cujas obras são mais visualizadas na actualidade (2005), dada a quantidade de obras em locais públicos (em particular os paineis de Fátima que são frequentemente mostrados na televisão) e o uso de uma imagem dos vitrais da Casa do Douro no selo fiscal em todas as garrafas de vinho português.

Biografia

Depois de frequentar o ateliê do seu professor e amigo Narciso Costa, cursou a Escola de Belas Artes de Lisboa e Escola de Belas Artes do Porto. Nesta última foi discípulo deJoão Marques de Oliveira.

Em 1918 inaugurou, em Leiria, a sua primeira exposição individual, em 1924, expôs naSociedade Nacional de Belas Artes de Lisboa e, em 1925, é incluído no I Salão de Outono, participa na remodelação do Bristol Club, e expõe na Exposição Ibero-Americana de Sevilha. Após 1930 participou no I e II Salão dos Independentes, na Exposição Colonial de Paris e no Salão de Inverno de 1932, para, em 1935, figurar na Exposição do Secretariado Nacional de Informação.

 Em 1938 realiza o friso para a sala do Presidente da Assembleia Nacional, pinta os frescos do arco triunfal e da varanda do coro da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, ilustra o livro Amadis, de Afonso Lopes Vieira, tal como para La Jeunesse Portugaise à l'École, de António Mattoso, datada de1939.

Peixeirinhas

Em 1940 participa na Exposição do Mundo Português e é admitido como professor na Escola de Artes Decorativas António Arroio, em Lisboa, aonde chega a director depois da morte de Rogério de Andrade.

Em 1944 volta a expôr no Secretariado da Propaganda Nacional, sendo estendida a duração do evento, devido ao sucesso que obteve junto do público. Assina, em 1945, os vitrais para a Casa do Douro, em 1946 os vitrais da Capela do Colégio das Escravas do Sagrado Coração de Jesus.

Escreveu, em 1949, uma petição ao Ministro da Educação Nacional, solicitando a realização de provas que lhe permitissem terminar o Curso Superior de Pintura, obtendo a respectiva Carta de Curso, a 15 de Julho desse ano.

Ainda em 1949 são-lhe encomendados os frescos e vitrais do Salão Nobre da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, realizando obra semelhante na Câmara Municipal daCovilhã, em 1957. Em 1952 realiza o painel cerâmico para o átrio principal do LNEC. Executou os paineis de cerâmica da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em1957, e, em 1958, para o Pavilhão do Corpo de Alunos do Colégio Militar e para o Instituto de Higiene e Medicina Tropical.

É autor, em 1959 da Tapeçaria Olisipo, realizada para o Hotel Ritz, em Lisboa. Em 1961 realiza os vitrais para o grande pórtico da Aula Magna e pinta, em 1966 os frescos para o átrio principal da Biblioteca Nacional e os vitrais para o Tribunal de Seia.

Por imposição do limite oficial de idade, aposenta-se do ensino em 1968, ficando impedido de continuar a dirigir a Escola António Arroio. Existe actualmente nesta escola uma galeria de exposições com o seu nome. Foi casado com Maria Helena de Noronha Tudela e cunhado de António Mattoso. Morreu em 1974, vítima de um acidente vascular quando se encontrava a trabalhar no seu ateliê na pintura Mercado.

Maria Elena Vieira da Silva

Vieira da Silva -Auto retrato
Maria Elena Vieira da Silva nasceu em Lisboa em 13 de Junho de 1908. Morreu em Paris a 6 de Março de 1992. A sua pintura está caracterizada por intricadas composições de arquitectura semi-abstracta.

Vieira da Silva estudou escultura em Paris com Antoine Bourdelle em 1928 e mais tarde com Charles Despiau. O seu interesse pela pintura despertou sob a influência de Fernand Léger e Stanley William Hayter. Ainda que a forma abstracta das sua pinturas iniciais tivessem tendência para o decorativo, tornou-se logo evidente a sua maestria da manipulação espacial . Os pontos luminosos e as linhas de interseção nas suas pinturas assumiram uma organização arquitectural muito explícita, culminando em trabalhos de sonho como "Golden City" (1956). 

Devido ao facto de o seu marido ser judeu e de ela ter perdido a nacionalidade portuguesa, eram oficialmente apátridas. Então, o casal decidiu residir por um longo tempo no Brasil, durante a Segunda Guerra Mundial e no período pós-guerra.

A Gare Inundada
No Brasil, entraram em contacto com importantes artistas locais, como Carlos Scliar e Djanira. Ambos exerceram grande influência na arte brasileira, especialmente entre os modernistas.

The Corridor - Óleo em Canvas
Voltou para Paris em Paris em 1947 e tornou-se cidadã francesa em 1956.

Condensado da informação da Enciclopédia Britanica

Júlio Pomar

Júlio Pomar (Lisboa, 1926 — ) é um pintor português. Pertence à 3ª geração de pintoresmodernistas portugueses.1
Os primeiros anos da sua carreira estão ligados à resistência contra o regime do Estado Novo e à afirmação do movimento neorrealista em Portugal, marcando a especificidade deste no contexto europeu. Teve uma ação artística e cívica intensa ao longo das décadas de 1940 e 1950 e é consensualmente considerado o mais destacado dos cultores do neorrealismo nacional.

Começa a distanciar-se do ativismo político e do idioma figurativo inicial na segunda metade da década de 1950 e, em 1963, radica-se em Paris. Sem nunca abandonar o pendor figurativo, liberta-se do compromisso neorrealista, enveredando pela "exploração de práticas pictóricas diversas que o centrarão na pintura enquanto tal, interrogando as suas formas, composições e processos, pintando das mais variadas maneiras na exploração ou na recusa das possibilidades que o seu tempo lhe abriu".

O almoço do trolha
Ao longo das últimas quatro décadas tem abordado uma grande variedade de universos temáticos, da reflexão autorreferencial ao erotismo, do retrato às alusões literárias e matéria mitológica. E do ponto de vista formal encontramos idêntica riqueza de meios e soluções. "A obra de Júlio Pomar constrói sucessivas cadeias de relações formais e semânticas entre os diferentes materiais, processos e técnicas".

Grandes exposições realizadas nas últimas décadas (Fundação Calouste Gulbenkian; Museu de Arte Contemporânea de Serralves;Sintra Museu de Arte Moderna – Coleção Berardo; museus de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília; etc.) consagraram a sua obra, que se destaca como uma das mais significativas expressões da criação artística portuguesa contemporânea.

Paula Rego 

Oriunda de uma família republicana e liberal, nasceu em 26 de Janeiro de 1935, com ligações às culturas inglesa e francesa Paula Rego iniciou seus estudos no Colégio Integrado Monte Maior, seguindo para a St. Julian's School em Carcavelos onde os professores cedo lhe reconheceram o talento para a pintura. Incentivada pelo pai a prosseguir o seu desenvolvimento artístico fora do Portugal Salazarista dos anos 50 partiu paraLondres, onde estudou na Slade School of Fine Art, até 1956.


Conheceu o pintor Victor Willing (1950-1999), com quem se casou em1959. Entre 1959 e 1962 viveu na Ericeira. Numa ida a Londres, conheceu o pintor Jean Dubuffet, referência determinante na sua criação artística, usualmente definida como Arte bruta. Ao longo da década de 1960 assina exposições colectivas em Inglaterra e, em1966, entusiasma a crítica ao expôr individualmente, na Galeria de Arte Moderna da então Escola de Belas-Artes de Lisboa.

Dançarina
Na década de 1970, com a falência da empresa familiar, vende a quinta da Ericeira e radica-se em Londres. 

Torna-se bolsista da Fundação Calouste Gulbenkian para fazer pesquisa sobre contos infantis, em 1975, e figura com onze obras na exposição Arte Portuguesa desde 1910 (1978), dominado pelas colagens. 

Volta à pintura, mais livre e mais directa, retratando o mundo intimista e infantil, inspirado em dados reais ou imaginários, com figuras de um teatro de crianças de Victor Willing (o macaco, o leão e o urso), interpretando as histórias que Paula inventa. 

A obra literária de George Orwell inspira-a no painel Muro dos Proles (1984), com mais de seis metros de comprimento, onde estabelece um paralelismo com as figuras de Hieronymus Bosch.

Dá uma viragem radical na sua obra com a série da menina e do cão. A figura feminina assume claramente a liderança na acção, enquanto o cão é subjugado e acarinhado. 

A menina faz de mãe, de amiga, de enfermeira e de amante, num jogo de sedução e de dominação que continua em obras posteriores. Tecnicamente as figuras ganham volume, o espaço ganha solidez e autonomia, a perspectiva cenográfica está montada. Em 1987, Paula Rego assina com a galeria Marlborough Fine Art, o passo que faltava para a divulgação internacional.

A Dança

A morte do seu marido, também nesse ano, é assinalada em obras como O Cadete e a Irmã, A Partida, 

A Família ou A Dança, de1988. A convite da National Gallery, em 1990, vai ocupar um ateliê no museu e pintar várias obras inspiradas na colecção. Desse período destaca-se Tempo – Passado e Presente (1990-1991).

Em 1994, realiza a série de pinturas a pastel intitulada Mulher Cão, que marca o início de um novo ciclo de mulheres simbólicas. 

A 9 de Junho de 1995 foi feita Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada. Impõe a sua consciência cívica em Aborto ( 1997-1999), numa crítica ao resultado do primeiro referendo a essa matéria, realizado em Portugal em 1997.

A 13 de Outubro de 2004 foi elevada a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada. Inaugura, a 18 de Setembro de 2009, a sua Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, que nasce com o intuito de acolher e promover a divulgação e estudo da sua obra, e cuja entidade responsável é a Fundação Paula Rego.

Das distinções que recebeu, salienta o Prémio Celpa/Vieira da Silva de Consagração e o Grande Prémio Soquil. 

Em Junho de 2010 recebeu da Rainha Isabel II a Ordem do Império Britânico com o grau de Oficial, pela sua contribuição para as artes. A par de Maria Helena Vieira da Silva, Paula Rego é a pintora portuguesa mais aclamada a nível internacional, estando colocada entre os quatro maiores pintores vivos em Inglaterra.

Em 2011 recebe o Doutoramento Honoris Causa da Universidade de Lisboa.

Em Julho de 2012, apresenta uma série de pinturas novas, numa exposição em parceria com a artista Adriana Molder, inspirada na narrativa histórica de Alexandre Herculano e intitulada “A Dama Pé-de-Cabra”, com inauguração a 7 de Julho na Casa das Histórias em Cascais.

Em Agosto de 2012 foi anunciada a vontade do Governo em encerrar a Fundação com o seu nome, com a oposição, entre outros, da Câmara Municipal de Cascais.