segunda-feira, 19 de agosto de 2013

A Figura de Luis Vaz de Camões

A Figura de Luis Vaz de Camões

Luís Vaz de Camões (N. c. 1524/25, Lisboa -- M. a 10 de Junho de 1580, Lisboa), o maior poeta português de sempre, autor do poema épico OsLusíadas (1572), que descreve a descoberta do caminho marítimo para a Índia por Vasco da Gama.

 Camões teve um impacto permanente e sem paralelo na literatura portuguesa e brasileira, devido a não só ao seu poema épico mas também à muita poesia lírica publicada posteriormente. Os Lusíadas são um poema épico escrito em 10 Cantos, em oitava rima e com 1.102 estrofes.

Dia de Portugal- 10 de Junho 

O dia da morte de Luís de Camões , dia 10 de Junho, é actualmente festejado como o Dia de Portugal. Sendo um pais de grandes guerreiros, navegadores e conquistadores, Portugal comemora o seu dia nacional homenageando um poeta, o que talvez seja único na história mundial.

A Vida de Luís de Camões (Tradução da Enciclopédia Britânica)

Há muito pouca informação válida sobre Luís de Camões. A sua biografia baseia-se principalmente em três fontes principais:

A ) - Informações dos seus biógrafos do século XVII

b ) - Alguns documentos descobertos no século XIX

C ) - Interpretações abstractas ( algumas cronologicamente incertas ) da sua própria vida descrita por ele nos seus trabalhos.

Supõe-se que Camões nasceu em Lisboa, de ascendência galega, entre 1524 e 1525., quando a expansão portuguesa no Oriente estava no seu auge. A tradição diz que Camões estudou em Coimbra, mas embora isso nunca tenha podido provar-se, não deixa de ser verdade que pouco poetas Europeus tinham na altura um conhecimento de cultura clássica e filosófica que se pudesse comparar à de Luís de Camões.

Luis Vaz de Camões

Supõe-se também que serviu como soldado em Ceuta, em 1550, aí perdendo um olho. Em 1552, de regresso a Lisboa, esteve preso durante oito meses por ter ferido, numa rixa, Gonçalo Borges, um funcionário da corte. Data do ano seguinte a referida "Carta de Perdão".

Nesse mesmo ano, segue para a Índia. Nos 17 anos seguintes, serviu no Oriente, ora como soldado, ora como funcionário, pensando-se que esteve mesmo em território chinês, onde teria exercido o cargo de provedor dos defuntos e ausentes, a partir de 1558. 

Em 1560 estava de novo em Goa, convivendo com algumas das figuras importantes do seu tempo (como o vice-rei D. Francisco Coutinho ou Garcia de Orta). Em 1567 iniciou o regresso a Lisboa. No ano seguinte, o historiador Diogo do Couto, amigo do poeta, encontrou-o em Moçambique, onde vivia na penúria; juntamente com outros antigos companheiros, conseguiu o seu regresso a Portugal, onde desembarcou em 1570.

Dois anos depois, D. Sebastião concedeu-lhe uma tença, recompensando os seus serviços no Oriente e o poema épico que entretanto publicara - Os Lusíadas. Camões parece que morreu a 10 de Junho de 1580 - ao que se diz, na miséria. No entanto, é difícil distinguir aquilo que é certo, e aquilo que é mito e lenda romântica, criados em torno da sua vida.

Trabalhos Literários

Os trabalhos poéticos de Camões podem ser divididos em três categorias : lírico, épico e dramático

A primeira edição das Rimas de Camões foi publicada em 1595, 15 anos depois da sua morte. O editor,Fernão Rodrigues Lobo Soropita, teve um imenso cuidado em reunir os poemas dos manuscritos, mas mesmo assim não pode evitar introduzir alguns poemas apócrifos. 

Estátua de Camões
A imensa fama dos épicos de Camões durante o século XVII também ajudaram a lançar as líricas à fama, e nesse mesmo esforço, não sempre recompensado, foram aparecendo mais poemas. Proeminente nesta tarefa, mas numa maneira condenada pela crítica moderna, foi Manuel de Faria e Sousa. Mesmo no século XIX, o Visconde de Juromenha acrescentou a já abundante colecção de poemas líricos, introduzindo na sua edição de 1860-69 muitos poemas dos manuscritos, que ainda não estavam estudados.


Como resultado os sonetos aumentaram de 65 na primeira edição para 352 na edição de Juromenha; o número total de poemas, incluindo sonetos, sextetos, odes, octetos, e as formas portuguesas conhecidas como canções, redondilhas, motos, esparsas, e glosas aumentaram de 170 na primeira edição para 593 em 1860. 

Com os trabalhos de Wilhelm Storck e Carolina Michaelis de Vasconcelos nos finais do século XIX e começos do século XX, começou uma reacção critica que levou a eliminação de muitos poemas apócrifos. 

Condensado da informação da Enciclopédia Britânica

Obras de Camões

Da obra de Camões, foram publicados, em vida do poeta, três poemas líricos, o poema épico Os Lusíadas, e foram representadas as peças teatrais Comédia dos Anfitriões, Comédia de Filodemo e Comédia de El-Rei Seleuco. 

As duas primeiras peças foram publicadas em 1587; a terceira, apenas em 1645, integrando o volume das Rimas de Luís de Camões, compilação de poesias líricas antes dispersas por cancioneiros, e cuja atribuição a Camões foi feita, em alguns casos, sem critérios rigorosos. Um volume que o poeta preparou, intitulado Parnaso, perdeu-se.

Na poesia lírica, Camões concilia a tradição renascentista (sob forte influência de Petrarca, no soneto) com alguns aspectos maneiristas; noutras composições, aproveita elementos da tradição lírica nacional, numa linha que vem já dos trovadores e da poesia palaciana, de que são exemplo as redondilhas.

Camões lendo os Lusíadas ao Santo Ofício
É no tom pessoal que confere às tendências de inspiração italiana e na renovação da lírica mais tradicional que reside parte do seu génio. Nos temas, da reflexão moralista sobre o desconcerto do mundo à intensa expressão do sentimento amoroso, tem-se procurado solução para as muitas lacunas em relação à vida e personalidade do poeta - como é o caso da sua relação amorosa com Dinamene, uma amada chinesa que surge em alguns dos seus poemas, ou de outras composições, que ilustram a sua experiência da guerra e do Oriente.

No entanto, foi com Os Lusíadas que Camões, embora postumamente, alcançou a glória. Poema épico, seguindo os modelos clássicos e renascentistas, pretende fixar para a posteridade os grandes feitos dos portugueses no Oriente. 

Aproveitando a mitologia greco-romana, fundindo-a com elementos cristãos o que, à época, e mesmo mais tarde, gerou alguma controvérsia - Camões relata a viagem de Vasco da Gama, tomando-a como pretexto para a narração da história de Portugal, intercalando episódios narrativos com outros de cariz mais lírico, como é o da "Linda Inês".

Túmulo de Camões nos Jerónimos
Os Lusíadas vieram a ser tidos como o grande poema épico nacional; toda a obra de Camões, de resto, influenciou a posterior literatura portuguesa, de forma particular durante o romantismo, que criou muitos dos mitos ligados à sua vida, mas também noutras épocas; alguns escritores e pensadores realistas colaboraram na preparação das comemorações do terceiro centenário da sua morte, pretendendo que a figura de Camões permitisse uma renovação política e espiritual de Portugal.

Amplamente traduzido e admirado, é a figura cimeira da língua e da literatura portuguesa.

MAIORES TRABALHOS

Poesia: Os Lusíadas (1572; Traduzido para inglês como "The Lusiads", por Sir Richard Fanshawe, 1655);Rimas de Luís de Camões 1595; ( Traduzido para inglês como "Camoens: The Lyricks", por Richard Burton, 2 vol., 1884).

PEÇAS TEATRAIS

Anfitriões e Filodemo, em Primeira Parte dos Autos e Comédias Portuguesas, por António Prestes, Luís de Camões, e (1587); El Rei-Seleuco, em Rimas (1645).

EDIÇÕES

As edições dos trabalhos de Camões em Português e em outras línguas contam-se por centenas, e a sua bibliografia é imensa. A edição mais moderna de Os Lusíadas de Camões na língua original é de Augusto Epifânio da Silva Dias, Os Lusíadas, 2 vol. (1916-18). A melhor edição contemporânea das líricas é de J. da Costa Pimpão, Rimas, ed. (1961). A tradução para inglês mais moderna dos Lusíadas, é "The Lusíadas of Luiz de Camõens "(1950) por Leonard Baon.

BIBLIOGRAFIA

Biografias. Friedrich Wilhelm Storck, tem uma biografia monumental de Camões, "Luis de Camoens Leben" (1890). Em inglês, temos de Aubrey F.G. Bell, Luis de Camões (1923); em português uma das melhores é a de António Salgado, Jr.'s, Obra Completa (1963).

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